da Reportagem Local

O taxista Alexsander de Campos Manhoso, 26, que recebeu quatro multas de trânsito apenas este ano, escapou de ter a carteira de habilitação suspensa por causa da decisão do Denatran de adiar o início da contagem dos pontos.
As quatro infrações que ele cometeu este ano somariam mais de 21 pontos. Se o sistema de pontuação já estivesse em vigor, ele teria sua habilitação suspensa por até um ano.
No entanto, Manhoso se mostrou desinformado sobre a contagem. "Eu não perderia a carta porque as multas só valem um ou dois pontos", diz. Pelo novo código, a multa leve (a mais branda) vale três pontos.
Manhoso, que trocou o emprego de programador de computadores pelo de motorista de táxi há mais de quatro anos, diz que o aumento do valor das multas pode tirar o trabalho de muita gente. Só em 97, quando as multas eram mais baratas, ele teve de pagar R$ 800 pelas infrações cometidas. "Quem não aguentar pagar as multas vai abandonar o barco."
Segundo ele, é impossível trabalhar como taxista em São Paulo sem receber multas. "No ano passado fui multado por pegar um passageiro que estava afastado da calçada. Ou eu pegava ou perdia o freguês", diz.
Manhoso também critica a postura dos passageiros. "A lei deve punir os motoristas infratores, mas também os pedestres que atravessam a rua fora da faixa. Acho que o governo deveria fazer campanhas educativas para os pedestres na televisão", diz o taxista. (FS)



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