São Paulo, quarta, 20 de maio de 1998

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Alô, Xuxa! Eu não nasci em Niterói, ouviu bem?

BARBARA GANCIA
Colunista da Folha


A polêmica entre a Xuxa e a família do Luciano Szafir foi a gota d'água: se alguém me contar mais uma só mentira, por mais inócua que seja, saio correndo, gritando e arrancando os cabelos.
Eu sei, eu sei. Ninguém mais aguenta ouvir falar na bendita gravidez da dona Xuxa. Mas, me diga você, ó leitor de bom senso: o que a gente tem a ver com essa história?
Se a Xuxa quer ter nenê, que tenha. Que vá para Nova York fazer inseminação artificial ou para o raio que o parta se fazer fertilizar do jeito que achar melhor.
Mas não venha querer me entuchar seu Mágico Achocolatado ou as roupinhas da sua grife infantil, que eu não nasci com quatro patas, orelhas longas e nem tenho o costume de andar por aí relinchando.
Que mal eu fiz para merecer abrir uma revista no consultório médico e dar de cara com a afirmação do Luciano Szafir, de que ele beija "a barriguinha da Xuxa todos os dias"?
Que pecado terei cometido para ser o saco de pancada desses preguiçosos jornalistas de variedades? Calma, que eu explico o "preguiçosos": se um jornalista que cobre a história da gravidez da Xuxa por acaso publicar alguma versão que não a fornecida pela animadora, é capaz de ela nunca mais atender a um telefonema do dito cujo. Ou pior.
Para o profissional da imprensa de variedades, é bem mais cômodo fechar o olho do que correr o risco de ser processado por publicar alguma incômoda verdade que não pode ou não tenta provar.
E, como no mundo do show business ficção e realidade andam de mãos dadas, a gente vai engolindo o lixo oficial que as estrelas fabricam.
Mas não é só das meias verdades, armadas, segundo declarou a Betty Szafir, por duas "senhoras muito amigas (vox populi vox Dei)" que vive essa imprensa covarde e relapsa.
O Ratinho envia sei lá quantas toneladas de macarrão para as vítimas da seca e todos batem palmas.
Será que não passa pela cabeça de ninguém que o dinheiro que pagou esse macarrão todo veio dos trouxas que compram a cartilagem de tubarão e os complexos emagrecedores que ele anuncia?
Bem, agora, para pagar a língua, só me falta ser escalada para cobrir o casamento do "playboy" e "milionário" Chiquinho Scarpa, que acontece na semana que vem.

QUALQUER NOTA

Santa ignorância
Esse Ratinho! Está mais para Confuso do que para Confúcio. No capítulo "Veados e Boiolas", de sua recém-lançada biografia, diz que "o nome veado foi muito bem sacado, porque eles andam rebolando". Ora, Ratinho! "Viado" vem de transviado, sabia não?

Poder do cascalho
Outro que anda investindo no marketing é o comandante Rolim. Acabo de receber "Cartas do Comandante - Encantando o Cliente", com a correspondência que o chefão da TAM mantém com sua clientela. Pobres árvores!

Dá-lhe Nike!
Já que a música "Mas Que Nada" virou hino informal da seleção, vale ouvir a versão que Leo Gandelman fez do sucesso de Jorge Ben, no disco "Pérola Negra".

E-mail:barbara@uol.com.br



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