|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Justiça dá prazo antes de avaliar se fecha aeroporto
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz federal Clécio Braschi,
da 8ª Vara Federal Cível de São
Paulo, pediu ontem esclarecimentos à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), agência
reguladora do governo federal,
e à Infraero, vinculada ao Ministério da Defesa, antes de
avaliar o pedido de interdição
do aeroporto de Congonhas,
feito anteontem pelo Ministério Público Federal em SP.
Anac e Infraero terão prazo
de três dias, a contar do dia subseqüente à data de intimação,
para enviar esclarecimentos.
O juiz tomou por base o artigo 2º da lei 8.437/92, que prevê
manifestação das partes antes
da concessão de liminar, se for
o caso, em ação civil pública. E
ordenou intimações por fax,
para ganhar tempo.
Foi a segunda vez neste ano
que os procuradores da República pediram a interrupção
dos pousos e decolagens no aeroporto de Congonhas.
A pista principal foi reaberta
em junho sem "grooving", ranhuras que melhoram a aderência de pneus de aviões e facilitam a drenagem de águas pluviais. A Infraero disse que faria
o "grooving" nos próximos dias.
Após o acidente da TAM, vieram a público conversas de pilotos e controladores indicando que a pista estava escorregadia. A suposta má condição da
pista principal é uma hipótese
investigada. Em entrevista ontem ao UOL News, o procurador da República, Márcio
Schusterschitz da Silva Araújo,
disse que Congonhas deve ser
fechado porque há dúvidas sobre a causa da tragédia.
"Autoridades assumem que
ninguém sabe de nada. Um aeroporto em que ninguém sabe
de nada não pode continuar
funcionando. Nós não sabemos
a causa [do acidente]. Mas a
pista, em si, é um problema."
Texto Anterior: Tragédia em Congonhas/Governo Federal: Infraero vai restringir vôos em Congonhas Próximo Texto: Tragédia em Congonhas/Vítimas: Famílias só querem enterrar parentes Índice
|