São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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Tratamento causa polêmica entre médicos

DA REPORTAGEM LOCAL

O tratamento imunológico para abortos recorrentes vem sendo utilizado no Brasil há dez anos, mas ainda provoca polêmica entre os médicos. Segundo o ginecologista Victor Bunduk, especialista em medicina fetal do Hospital das Clínicas de São Paulo, ainda faltam evidências científicas que comprovem a eficácia da terapia.
Ele afirma que é preciso que se faça mais estudos do tipo duplo-cego- em que se pega um grupo de pacientes da mesma faixa etária, com o mesmo número de abortos e que recebeu a vacina, e um outro grupo com as mesmas características que utilizou apenas soro fisiológico-, para comparar o desempenho de cada um.
Segundo o médico Ricardo Barini, desde 1985 há uma série de estudos duplo-cego confirmando uma melhora dos resultados após o uso da imunoterapia. Há três anos, uma revisão dos trabalhos teria atestado a eficiência do tratamento.
O médico Antonio Fernandes Moron, 48, professor adjunto do departamento de ginecologia e obstetrícia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), discorda da suposta falta de comprovação científica. "Os resultados são brilhantes. Só discorda disso quem não conhece ou quem não faz o tratamento", afirma.
Para a imunologista Silvia Daher, ainda não se sabe até que ponto há também interferência do "efeito psicológico" nos resultados positivos da imunoterapia. Ela utiliza o tratamento há dez anos -no início na Unifesp, e, atualmente, na Santa Joana/ Pro Mater- e se diz satisfeita com os resultados.


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