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PERDA
Pais de adolescente morta aos 16 anos dizem que só esperam justiça
Vítima ia a boates havia 2 meses
MAYRA STACHUK
DA REPORTAGEM LOCAL
Caçula de quatro irmãos,
Priscila Maria dos Reis tinha 16
anos ao morrer, após ser atropelada por Jefferson Jorge Bernardo, na madrugada de sábado.
Filha dos mineiros Manuelina
Maria, 50, e Onofre dos Reis, 56,
moradora de uma região de baixa renda na zona sul de São Paulo, Priscila queria ser modelo e
planejava cursar faculdade.
De família simples, há seis meses conciliava o segundo colegial com o trabalho de recepcionista. Ganhava um salário mínimo, que gastava com roupas,
CDs e passeios aos Playcenter.
"Ela adorava. Já tinha avisado
de uma excursão no próximo
sábado", disse ontem a mãe.
Priscila já havia combinado
também com o pai que pagaria
sua própria faculdade. Até lá, esperava, já estaria ganhando
mais. Não era das mais estudiosas, mas nunca repetiu de ano.
A adolescente adorava dançar. A cada CD que comprava,
corria para o espelho para ensaiar novos passos.
As danceterias eram sua nova
mania -dois meses atrás havia
começado a freqüentá-las.
Os pais ficavam preocupados
quando a filha saía à noite, pois
pegava ônibus sozinha e ia encontrar com os amigos perto do
shopping Eldorado, na zona
oeste. Só voltava no dia seguinte, às 5h30, quando os ônibus
voltavam a rodar."Infelizmente
não podíamos prendê-la em casa. Agora só esperamos justiça",
disse a mãe da adolescente.
Manuelina ficou sabendo que
Bernardo estava sendo acusado
de roubo e que estava foragido
pela reportagem. Surpresa, disse apenas: "Mas quem soltou
aquele homem achou que ele ficaria em casa esperando ser preso de novo?"
Desabafo
Desde o acidente, os pais de
Priscila não se negam a atender
equipes de reportagem, que têm
ido todos os dias à sua casa,
além de parentes e amigos.
O telefone também não pára
de tocar, segundo a família.
"Meu marido às vezes acha
que a gente deveria ficar mais
quieto, mas me sinto bem falando dela. É uma maneira de desabafar", disse Manuelina.
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