São Paulo, terça-feira, 20 de outubro de 2009

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"Limpar sujeira" do narcotráfico levará tempo, afirma Lula

FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que fará "uma limpa na sujeira" provocada pelo narcotráfico no Rio e no país. Mas ressaltou que "vai levar um tempo" até o Brasil "começar" a resolver a questão.
De gravata verde e amarela -semelhante à que usou quando o Rio foi nomeado sede da Olimpíada de 2016-, Lula lamentou o dano que a violência impõe à imagem do Brasil. "Tantas coisas boas que acontecem neste país, tanta gente trabalhadora e honesta, e meia dúzia de pessoas conseguem ser chefes de outras meias dúzias, criando uma imagem negativa e vitimando inocentes."
Lula afirmou que está em contato com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), desde sábado. Elogiou o trabalho de Cabral e citou o investimento em educação e saúde feitos pelo governo federal na cidade. Ele prometeu fornecer "tudo que o governador precisar". Disse ainda que o governo vai enviar um helicóptero blindado ao Rio para substituir o abatido pelos narcotraficantes.
Lula falou à imprensa nacional e estrangeira na Fiesp, em São Paulo, após participar de uma reunião com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.
Ele rejeitou a legalização das drogas como caminho para cessar a violência provocada pelo narcotráfico e pelo crime organizado. Defendeu, em seu lugar, que os países ricos, campeões na demanda por droga, implementem "uma política mais rígida" contra o consumo.
"A gente tem a sensação de que é causa perdida, mas ninguém pode desanimar", disse.
No Brasil, uma lei de 2006, sancionada pelo próprio Lula, definiu que, embora o porte de droga continue sendo crime, os usuários não são mais presos.


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