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Controlador reclama de trabalho extra
Em depoimento a procurador, seis profissionais de Congonhas e de Cumbica relatam sobrecarga e desrespeito à legislação
Eles afiram que têm
dificuldades em tirar folga e
Caso é investigado pelo
Ministério Público do
Trabalho, que vistoriou
aeroporto da capital
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos seis controladores de vôo dos aeroportos de
Congonhas, em São Paulo, e
Cumbica, em Guarulhos, relataram ao Ministério Público do
Trabalho que são obrigados a
ficar além do horário previsto,
têm dificuldades em obter folgas e são impossibilitados de tirar 15 minutos de descanso.
Para os profissionais, a sobrecarga de serviço põe em risco o tráfego aéreo. Desde a queda do Boeing da Gol em setembro, quando morreram 154 pessoas, controladores são investigados pelo Ministério Público.
Os depoimentos dos seis
controladores na capital e na
Grande São Paulo, entretanto,
pertencem ao inquérito aberto
pelo procurador Fábio de Assis
Ferreira Fernandes para apurar as condições de trabalho
desses profissionais.
Dois deles são militares empregados no centro de controle
de vôo de Congonhas. Os outros quatro trabalham na torre
de controle de Cumbica.
Num dos depoimentos, um
controlador militar afirma que
trabalha mais que oito horas
diárias e são descumpridos os
15 minutos de descanso a cada
duas horas de serviço.
Ele informa ainda que, em
vez de monitorar seis aeronaves -como prevê a lei para a categoria-, chegou a orientar até
20 aviões "simultaneamente".
Além destes, mais três controladores de Congonhas foram sorteados pela Aeronáutica para prestarem esclarecimentos ao procurador.
Durante a tarde de ontem,
Fernandes teve autorização do
4º Comando Regional para vistoriar, ao lado de um técnico e
de uma especialista do Ministério Público do Trabalho, o centro de controle de tráfego aéreo
e a torre de Congonhas. Amanhã, pretende visitar Cumbica.
"Existe a possibilidade de
descumprimento de normas de
proteção à segurança e saúde
no trabalho. Há a necessidade
da proteção da saúde física e
mental destes trabalhadores e a
existência de um ambiente saudável", disse o procurador.
O coronel Ramon Bueno,
chefe do SRPV (Serviço Regional de Proteção ao Vôo) de São
Paulo, admitiu que já viu controladores monitorarem até oito aeronaves, mas que isso foi
por um curto período de tempo. "Quanto as outras acusações, eu desconheço", disse.
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