|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Procuradoria diz que policiais receberam para prender bicheiro
Oficiais são acusados de agir em favor do bicheiro Rogério Andrade ao prenderem o rival dele, Fernando Iggnácio
Segundo a denúncia, dois
dos policiais, que eram próximos do ex-chefe de polícia Álvaro Lins, ganharam R$ 1,3 milhão pela prisão
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Um grupo de três policiais civis, lotados em delegacias da
zona oeste e muito ligados ao
ex-chefe de polícia e deputado
diplomado Álvaro Lins, são
apontados como integrantes do
grupo de Rogério Andrade, segundo o Ministério Público Federal. Lins, acusado pela PF de
chefiar o grupo de policiais,
também é investigado.
Os policiais Helio Machado,
o Helinho, e Jorge Fernandes, o
Jorginho, teriam recebido R$
1,3 milhão pela prisão de Fernando Iggnácio -rival de Andrade-, segundo a denúncia.
Do grupo também faz parte Fábio Leão, o Fabinho. Eles são
conhecidos como "o grupo dos
inhos". Helinho e Jorginho estão foragidos. A Folha não conseguiu falar com Fabinho, que
está preso.
Lins é citado em um telefonema, em 30 de setembro, de
um integrante do grupo de Andrade que pede ao colega que
avise a todos que "agora é para
votar no Álvaro Lins".
Lins, dois dias após a eleição,
liga para um homem que também integraria o grupo, o policial Jorsan de Oliveira, para
agradecer os votos: "Estou ligando para agradecer a ajuda, a
torcida, continuamos juntos".
Outros policiais, que segundo o Ministério Público teriam
participação menor no grupo,
recebem propina em troca de
regalias para os presos.
Rogério Andrade, preso em
setembro, e Fernando Iggnácio, detido em outubro, de
acordo com a Promotoria, continuam gerenciando seus negócios de dentro das celas.
Gravações telefônicas feitas
quando os dois já estavam presos mostram que ambos têm
celulares nas carceragens. Andrade já usou fax e se livrou de
um pen drive com informações
contábeis da quadrilha. Ele
ainda orientou diversos ataques a máquinas de caça-níqueis de seu arquiinimigo.
Iggnácio, por outro lado, pagaria R$ 6 mil por quinzena para manter regalias. Teria pago
também R$ 200 mil para comprar fitas de conversas feitas
com autorização judicial, além
de pago propina para retirar da
30ª DP máquinas apreendidas.
Texto Anterior: Escutas flagram esquema de assassinatos Próximo Texto: Ex-secretário pediu ajuda da PF por não confiar na polícia Índice
|