MAYRA STACHUK
DA REVISTA DA FOLHA

A seis meses da aposentadoria, as cadelas Dara e Anny enfrentaram a missão mais puxada de suas carreiras. Por serem as mais experientes entre os nove cães farejadores do Corpo de Bombeiros de SP, foram escaladas para ajudar no resgate das vítimas do desabamento das obras do metrô, no dia 12.
Foram elas que indicaram a localização dos cinco corpos achados até quinta-feira.
As irmãs, mistura de labrador e golden retriever, têm sete anos e meio e desde filhotes trabalham para a corporação. Durante as buscas, deixaram o canil onde moram, no Ipiranga, e foram para um posto em Pinheiros. Em vez de acordarem às 6h, irem para o banho de sol e depois para o treinamento, ficam de plantão no buraco. A cada 20 minutos trabalhados, têm 40 de descanso.
Elas começaram o treinamento aos seis meses. O trabalho, segundo o cabo Clóvis de Souza, um dos adestradores, é uma brincadeira para as cadelas. "É como um jogo de esconde-esconde. Elas devem achar uma bola que simula uma presa", explica. Feita de material sintético, tem odores similares aos de seres humanos.
As cadelas terão descanso com seus adestradores, que costumam ficar com os cães aposentados. "Logo a vida delas será sombra e água fresca. Elas merecem", diz Souza, que cuidará de Dara.


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Bombeiros lembram feridas físicas e mentais do resgate
Índice