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Dora, 17, pegou revólver do pai e planejou assalto
DA REPORTAGEM LOCAL
Ela trouxe a arma, um revólver
calibre 38 que pertencia ao pai, e
propôs o assalto. Os amigos toparam de imediato. Na hora do
roubo a uma padaria, porém,
um deles tremia tanto que, segundo a garota, ela teve de tomar
a arma de sua mão. Mas um
cliente do local já tinha conseguido fugir e chamar a polícia.
Mesmo grávida, Dora (nome
fictício), 17, conseguiu escapar a
pé. Os amigos, os dois maiores
de 18 anos, não. Eles informaram
à polícia o bar onde o dinheiro
seria dividido e Dora também foi
presa minutos depois. Na sua
mochila, na mesa do bar, estavam os R$ 1.200 roubados.
"Meu pai ganha bem, não precisava roubar", diz Dora, que parou de estudar na 6ª série do ensino fundamental. Ela morava
no bairro Bela Vista (centro de
SP) com o pai, que é barman e
ganha R$ 1.200 por mês.
Ela começou a furtar aos 13
anos. Arrombava carros para retirar os rádios. No ano seguinte,
segundo ela, passou a levar os
carros com ajuda de amigos.
Vendia os veículos para desmanches. Cada carro rendia de
R$ 500 a R$ 600 ao grupo. Também vendeu drogas por seis meses no centro de São Paulo.
"Tinha muitos fregueses naquela época. Pegava a droga do
gerente [que coordenava o ponto-de-venda] e revendia. Cheguei a ganhar R$ 200 por dia. Era
muito dinheiro", lembra.
Aos 15 anos, presa por furto,
Dora foi parar na Febem pela
primeira vez. Saiu em liberdade
assistida. Mas continuou com
roubos a estabelecimentos comerciais e a pessoas que acabavam de sair de bancos.
Um mês atrás, foi ela quem
chamou os amigos e sugeriu o
assalto. Queria dinheiro para fazer uma festa.
"Se eu falar que precisava roubar, vou mentir. Tinha tudo em
casa. Fazia pela adrenalina mesmo", diz Dora, grávida de cinco
meses. "Agora o momento é de
reflexão. Só quero cuidar do meu
filho e esquecer o que eu já fiz",
afirma a interna.
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