São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2000


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Técnica varia conforme a situação

da Reportagem Local

A retirada da próstata por videolaparoscopia foi feita pela primeira vez em 1992 pelo norte-americano W. Shuessler. Demorou 12 horas e a técnica foi abandonada. Em 1996, o cirurgião Mirandolino Batista Mariano, chefe do serviço de urologia do Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre, fez uma operação experimental num paciente depois de quatro anos testando em cães.
Em 1998, vários serviços europeus começaram a fazer a retirada da próstata por videolaparoscopia. O grupo dos cirurgiões parisienses Guy Vallancien e Beltrand Guilloneau já realizou 300 operações.
A cirurgia aberta já é feita há 18 anos. Nos dois casos, o paciente corre risco semelhante de ficar impotente e de perder o controle sobre a urina. "Depende mais da experiência do cirurgião", diz o professor Miguel Srougi, da Unifesp. Nas melhores equipes de cirurgia aberta, o risco de impotência está em 60% para homens acima de 65 anos e cai para 15% nos pacientes com menos de 55 anos, diz Srougi.
A prostatectomia radical (retirada da próstata) é indicada quando o câncer está limitado à glândula. Quando o câncer já atinge o invólucro da próstata, a radioterapia é a indicação.
Mesmo no primeiro caso, cirurgiões e radioterapeutas se dividem quanto ao melhor procedimento. Nos últimos sete anos, o emprego da braquiterapia vem ganhando cada vez mais adeptos. Trata-se de uma "semente" radioativa implantada no interior da próstata com o emprego de agulhas. Apesar da simplicidade do método, Srougi diz que ainda não é possível dizer se a técnica é melhor que a radioterapia convencional nem quando é mais indicada que a cirurgia.
Outra inovação no tratamento do câncer da próstata é a criocirurgia, iniciada no Hospital das Clínicas em novembro passado. Por meio de um processo de congelamento, os tecidos do interior da glândula são destruídos.
Apesar dos bons resultados, os médicos observam que a crioterapia não deve ser vista como substituta da cirurgia. A escolha do procedimento deve resultar de acordo entre médico e paciente. (AB)


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