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TRANSPORTE
Capuano é um dos donos de empresa de ônibus acusados por sindicalistas
Empresário citado vendeu três viações a "laranjas" /b>
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao menos cinco empresários já
foram citados por diretores detidos por supostamente integrar
um esquema de pagamento aos
dirigentes sindicais. Um deles, segundo a Folha apurou, é Leonardo Capuano, ex-dono da viação
Cidade Tiradentes, que já é investigado pela Polícia Civil e contra
quem pesam outras denúncias.
Junto com dois sócios, Capuano
adquiriu três empresas de ônibus
em 17 de dezembro de 2001, cada
uma com capital social de R$ 50
mil (insuficiente para comprar
um ônibus zero-quilômetro), e as
vendeu para "laranjas" em 6 de
novembro de 2002.
Das três viações, duas funcionavam na mesma garagem, na avenida Guido Caloi, 1.200. Lá funcionou, também, até outubro passado, a viação São Paulo/São Pedro, do grupo Constantino.
Capuano foi executivo do grupo
Constantino, que também é dono
da companhia aérea Gol. As três
empresas criadas por ele tiveram
problemas e "quebraram" no final de 2002. Como foram vendidas a "laranjas", os ex-donos podem tentar se isentar da responsabilidade pelos débitos deixados.
A viação Cidade Tiradentes, por
exemplo, foi constituída em 1993
pela família Constantino. Em
2001, Capuano e sócios a assumiram, mudando a denominação
para Transportes Urbanos Cidade Tiradentes. Em 6 de novembro
de 2002, eles a repassaram para
Samy Gelman Jaroviski e José
Matilde de Arruda. O primeiro está preso. O segundo havia morrido seis meses antes da venda.
Histórico semelhante aconteceu
com as viações Ibirapuera e Santo
Amaro. As duas também eram da
família Constantino. Em março
de 2000, Capuano e sócios assumiram a Ibirapuera e criaram, em
dezembro de 2001, a Parque Ibirapuera Transportes. No mesmo
dia, funcionando no mesmo endereço, também criaram a Transportes Coletivos Santo Amaro.
Em 6 de novembro de 2002 venderam as duas para Messias Fernandes e Sebastião Bernardes. O
segundo era um ex-fiscal de linha
da Santo Amaro e morava em Carapicuíba, em uma rua sem asfalto e com esgoto a céu aberto.
A Folha contatou ontem e nos
últimos três meses representantes
de Capuano e do grupo Constantino, mas não obteve respostas.
A PF também investigará todas
as empresas de ônibus nas quais
os 13 sindicalistas presos e 4 foragidos eram funcionários. São pelo
menos 11.
(CHICO DE GOIS E ALENCAR IZIDORO)
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