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São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2003

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TRANSPORTE

Capuano é um dos donos de empresa de ônibus acusados por sindicalistas
Empresário citado vendeu três viações a "laranjas" /b>

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao menos cinco empresários já foram citados por diretores detidos por supostamente integrar um esquema de pagamento aos dirigentes sindicais. Um deles, segundo a Folha apurou, é Leonardo Capuano, ex-dono da viação Cidade Tiradentes, que já é investigado pela Polícia Civil e contra quem pesam outras denúncias.
Junto com dois sócios, Capuano adquiriu três empresas de ônibus em 17 de dezembro de 2001, cada uma com capital social de R$ 50 mil (insuficiente para comprar um ônibus zero-quilômetro), e as vendeu para "laranjas" em 6 de novembro de 2002.
Das três viações, duas funcionavam na mesma garagem, na avenida Guido Caloi, 1.200. Lá funcionou, também, até outubro passado, a viação São Paulo/São Pedro, do grupo Constantino.
Capuano foi executivo do grupo Constantino, que também é dono da companhia aérea Gol. As três empresas criadas por ele tiveram problemas e "quebraram" no final de 2002. Como foram vendidas a "laranjas", os ex-donos podem tentar se isentar da responsabilidade pelos débitos deixados.
A viação Cidade Tiradentes, por exemplo, foi constituída em 1993 pela família Constantino. Em 2001, Capuano e sócios a assumiram, mudando a denominação para Transportes Urbanos Cidade Tiradentes. Em 6 de novembro de 2002, eles a repassaram para Samy Gelman Jaroviski e José Matilde de Arruda. O primeiro está preso. O segundo havia morrido seis meses antes da venda.
Histórico semelhante aconteceu com as viações Ibirapuera e Santo Amaro. As duas também eram da família Constantino. Em março de 2000, Capuano e sócios assumiram a Ibirapuera e criaram, em dezembro de 2001, a Parque Ibirapuera Transportes. No mesmo dia, funcionando no mesmo endereço, também criaram a Transportes Coletivos Santo Amaro.
Em 6 de novembro de 2002 venderam as duas para Messias Fernandes e Sebastião Bernardes. O segundo era um ex-fiscal de linha da Santo Amaro e morava em Carapicuíba, em uma rua sem asfalto e com esgoto a céu aberto.
A Folha contatou ontem e nos últimos três meses representantes de Capuano e do grupo Constantino, mas não obteve respostas.
A PF também investigará todas as empresas de ônibus nas quais os 13 sindicalistas presos e 4 foragidos eram funcionários. São pelo menos 11. (CHICO DE GOIS E ALENCAR IZIDORO)


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