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São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2003

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Athiê se defende e insinua ameaça

DA REPORTAGEM LOCAL

Acusada de cobrar R$ 200 mil para beneficiar os donos de uma viação de ônibus, a vereadora Myryam Athiê (PPS) afirmou ontem que podem surgir "a qualquer momento" novas denúncias contra outros integrantes da Câmara Municipal de São Paulo.
Apesar de negar que estivesse fazendo ameaças, ela disse que ninguém está livre de "acusações levianas" e que poderá apontar o "verdadeiro culpado pelo caos".
Quase no final do discurso de Athiê, o vereador Roberto Tripoli (PSDB) perguntou se ela estava fazendo ameaças. O tucano lembrou o caso do ex-vereador José Izar (então no PST), que disse no dia da votação de sua cassação, em 1999, ter "35 amigos na mão". Após o discurso, que vereadores viram como uma ameaça, Izar escapou por dois votos -foram 35 a favor da perda de mandato, mas eram necessários 37.
"Não tenho nem um, nem dez, nem 20, nem 55 vereadores na mão. Creio que tenho nesta Casa amigos, mas nem por isso vou pedir clemência", respondeu Athiê.
A vereadora é acusada de ter recebido para interceder pela liberação da viação Cidade Tiradentes, que estava sob intervenção e hoje não funciona mais.
Em sua fala, Athiê tentou desclassificar o acusador, Marco José Cândido da Silva, que intermediou uma mudança de donos da viação e está na cadeia: "Que país é este em que a palavra de um estelionatário preso tem mais valor que a de uma vereadora?", disse.

Outros vereadores
Ontem, voltou à tona outra acusação envolvendo a Câmara. Em depoimento ao Ministério Público em fevereiro, o assessor de um deputado estadual do PL disse ter ouvido do vereador Edivaldo Estima (PPS) que venceria a eleição para a presidência da Câmara, realizada no final de 2002, "quem tivesse a mala mais pesada".
Na época, vereadores que apoiavam Antonio Carlos Rodrigues (PL) mudaram de candidato a apenas três dias da eleição, vencida por Arselino Tatto (PT).
A informação ressurgiu porque, ao depor na semana passada, o intermediador preso afirmou que teriam sido dados R$ 600 mil para a eleição de Tatto. O petista nega. (PEDRO DIAS LEITE)


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