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Agente penitenciário morre seis dias após ser baleado em ataque
Juvenal Della Colleta morreu na última sexta-feira em São José do Rio Preto
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA
O agente penitenciário Juvenal Della Colleta Júnior, 54,
morreu na tarde de sexta-feira
em São José do Rio Preto (440
km de São Paulo), seis dias depois de ter sido baleado durante a onda de ataques do PCC.
Com ele, sobe para nove o número de agentes penitenciários
mortos por conta da ação.
Colleta, que deixou três filhos e um neto, foi baleado na
altura do abdômen na noite de
sábado (13), na portaria do Instituto Penal Agrícola, presídio
de sistema semi-aberto.
Ele, que iria se aposentar no
ano que vem, já havia terminado o seu turno e passou pela
portaria para avisar os colegas
sobre um jantar que ocorreria
no instituto e que havia sido
cancelado. Nesse momento,
um veículo parou em frente da
portaria e dois homens metralharam a guarita. Um dos tiros
atingiu o agente penitenciário.
Colleta foi encaminhado ao
Hospital de Base (Fundação
Faculdade Regional de Medicina), onde passou por cirurgia.
Ele teve o fígado e o pulmão
perfurados. Durante a operação, por conta da gravidade do
ferimento, perdeu um rim e o
baço. A bala foi retirada e o
agente estava na UTI.
Por volta das 18h40 de sexta,
porém, ele teve uma parada
cardíaca e morreu. Segundo a
assessoria de imprensa do hospital, Colleta não respirava com
ajuda de aparelhos.
Luis (ele não quis dar o nome
completo), agente penitenciário e companheiro de trabalho
de Colleta, estava abalado com
a notícia da morte do amigo.
"Nós nos conhecíamos há pelo
menos 20 anos. Ele era amigão
meu de pescaria. Adorávamos
sair para pescar. Não sei nem o
que dizer porque estou com
vontade de chorar. É muito difícil isso", disse Luis.
Gente muito boa
Vizinhos do agente penitenciário morto dizem que ele era
uma pessoa simples, que gostava de conversar. "Era gente
muito boa, conversava com todo o mundo, principalmente
sobre pescaria", descreve o
aposentado Jefferson Geraldo
Diniz, 71, vizinho de Colleta.
Segundo Diniz, o agente tinha um rancho na divisa do Estado com Minas. "Ele sempre
convidava os amigos para pescar lá." Diniz lembra outro hábito do vizinho: "Passear com o
neto pelo bairro".
Maria Geny Diniz, 71, mulher
do aposentado, diz que a viúva
de Colleta -Maria José- faz
bolos e salgadinhos para festas
para ajudar no orçamento da
casa. "Estamos muito tristes."
O corpo de Colleta foi velado
em São José do Rio Preto. O enterro seria em Neves Paulista,
cidade vizinha.
(FERNANDA BASSETTE, MARCELO GUTIERRES E HENRIQUE FERNANDES)
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