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Partes de corpo são espalhadas em sacos por bairro de Assis
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A primeira parte encontrada
estava em um pasto: ia da cintura aos joelhos e era de uma
mulher. Dias depois, a cabeça
foi achada e surgiu a suspeita de
que se tratava de uma grávida
de cinco meses, desaparecida
no início de março. No último
domingo, os pés (um deles sem
os dedos) e as tíbias (canelas),
juntamente com o antebraço e
a mão direita, foram deixados
em sacos plásticos, ao lado de
um posto de saúde.
Ao mesmo tempo em que vivem a tensa expectativa de encontrar mais partes de um corpo, policiais de Assis (427 km
de São Paulo) tentam descobrir
quem são os criminosos que,
sistematicamente, têm deixado
os pedaços sempre em locais
em que possam ser encontrados sem dificuldades.
O quadril e a parte superior
das pernas da mulher foram
encontrados na tarde de 30 de
abril; a cabeça, em 3 de maio; e a
parte inferior das pernas, no
dia 18, todos na Vila Ribeiro.
Os sacos com as partes do
corpo estavam a cerca de um
quilômetro de distância um do
outro, sempre às margens de
atalhos usados por moradores.
A maior suspeita da polícia
de Assis, cidade com 95 mil habitantes, é a de que a vítima seja
a cozinheira Silvia Cassiano,
30, grávida de cinco meses, e
que sumiu em 8 de março.
Silvia vivia um segundo casamento e, para a polícia, era uma
pessoa querida em Assis. Ela
era moradora da Vila Ribeiro.
As roupas encontradas com as
primeiras partes do corpo foram reconhecidas por seus familiares como sendo dela.
Exame de DNA
A polícia de Assis enviou para
o IC (Instituto de Criminalística), em São Paulo, as duas primeiras partes encontradas -a
da cintura até os joelhos e a cabeça. Exames de DNA determinarão se pertencem à mesma
vítima. Os peritos receberam
amostras de material genético
dos parentes da grávida.
Além do IC, médicos legistas
do IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo também já
analisam as duas primeiras
partes de corpo recolhidas em
Assis para determinar quando
elas foram desmembradas.
Pelas lesões, a polícia de Assis já sabe o tipo de objeto usado para o esquartejamento,
mas os investigadores afirmam
que a revelação desse detalhe
pode atrapalhar a apuração.
De acordo com o delegado
André de Almeida, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Assis, a polícia sabe que
os pedaços foram deixados por
mais de uma pessoa. Além disso, segundo Almeida, "quem
deixou as partes pelas ruas de
Assis não tinha interesse em
esconder o crime".
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