São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2008

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Partes de corpo são espalhadas em sacos por bairro de Assis

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira parte encontrada estava em um pasto: ia da cintura aos joelhos e era de uma mulher. Dias depois, a cabeça foi achada e surgiu a suspeita de que se tratava de uma grávida de cinco meses, desaparecida no início de março. No último domingo, os pés (um deles sem os dedos) e as tíbias (canelas), juntamente com o antebraço e a mão direita, foram deixados em sacos plásticos, ao lado de um posto de saúde.
Ao mesmo tempo em que vivem a tensa expectativa de encontrar mais partes de um corpo, policiais de Assis (427 km de São Paulo) tentam descobrir quem são os criminosos que, sistematicamente, têm deixado os pedaços sempre em locais em que possam ser encontrados sem dificuldades.
O quadril e a parte superior das pernas da mulher foram encontrados na tarde de 30 de abril; a cabeça, em 3 de maio; e a parte inferior das pernas, no dia 18, todos na Vila Ribeiro.
Os sacos com as partes do corpo estavam a cerca de um quilômetro de distância um do outro, sempre às margens de atalhos usados por moradores.
A maior suspeita da polícia de Assis, cidade com 95 mil habitantes, é a de que a vítima seja a cozinheira Silvia Cassiano, 30, grávida de cinco meses, e que sumiu em 8 de março.
Silvia vivia um segundo casamento e, para a polícia, era uma pessoa querida em Assis. Ela era moradora da Vila Ribeiro. As roupas encontradas com as primeiras partes do corpo foram reconhecidas por seus familiares como sendo dela.

Exame de DNA
A polícia de Assis enviou para o IC (Instituto de Criminalística), em São Paulo, as duas primeiras partes encontradas -a da cintura até os joelhos e a cabeça. Exames de DNA determinarão se pertencem à mesma vítima. Os peritos receberam amostras de material genético dos parentes da grávida.
Além do IC, médicos legistas do IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo também já analisam as duas primeiras partes de corpo recolhidas em Assis para determinar quando elas foram desmembradas.
Pelas lesões, a polícia de Assis já sabe o tipo de objeto usado para o esquartejamento, mas os investigadores afirmam que a revelação desse detalhe pode atrapalhar a apuração.
De acordo com o delegado André de Almeida, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Assis, a polícia sabe que os pedaços foram deixados por mais de uma pessoa. Além disso, segundo Almeida, "quem deixou as partes pelas ruas de Assis não tinha interesse em esconder o crime".


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