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O "COBRADOR'
Funcionário
da cobrança
faz as vezes
de psicólogo
em Porto Alegre
O responsável pela área de
cobrança da Unicruz, Luis Carlos Otharan, 30, diz funcionar
como uma espécie de psicólogo
junto aos alunos inadimplentes
que o procuram para explicar
os motivos do atraso nas mensalidades.
Como não poderia deixar de
ser, os alunos se queixam de
baixos salários e de problemas
inesperados que atingem o orçamento, como casos de doença, por exemplo, que lhes causam dificuldade para pagar a
faculdade.
As mensalidades, que variam
de R$ 237 (curso de pedagogia)
a R$ 725 (farmácia), são elevadas diante do que ganham, em
média, os alunos: de 2,5 a 5 salários mínimos, ou seja, entre
R$ 325 e R$ 650.
Consumidor
Otharan disse que a universidade aceita negociar o pagamento de mensalidades atrasadas, recebendo bens, quando
conclui que o aluno "não vai
conseguir cobrir a dívida que
cresce como bola de neve".
Ele afirmou que a meta é
"não perder o aluno", visto
pela instituição como integrante de sua clientela e consumidor do seu produto.
"São poucos os que chegam
à graduação no Brasil. Não podemos deixá-los ir embora",
declarou o responsável pela
área de cobrança.
Otharan disse que poderia
ser um dos alunos em dificuldade, caso não trabalhasse na
própria universidade, o que lhe
dá direito a uma bolsa de 75%
no curso de administração da
Unicruz.
Aluno do nono semestre do
curso de administração, ele
disse que, se não tivesse a bolsa, certamente estaria "no outro lado do balcão", tentando
negociar sua dívida para continuar estudando.
(CAS)
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