São Paulo, quinta, 21 de maio de 1998

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O "COBRADOR'
Funcionário da cobrança faz as vezes de psicólogo

em Porto Alegre

O responsável pela área de cobrança da Unicruz, Luis Carlos Otharan, 30, diz funcionar como uma espécie de psicólogo junto aos alunos inadimplentes que o procuram para explicar os motivos do atraso nas mensalidades.
Como não poderia deixar de ser, os alunos se queixam de baixos salários e de problemas inesperados que atingem o orçamento, como casos de doença, por exemplo, que lhes causam dificuldade para pagar a faculdade.
As mensalidades, que variam de R$ 237 (curso de pedagogia) a R$ 725 (farmácia), são elevadas diante do que ganham, em média, os alunos: de 2,5 a 5 salários mínimos, ou seja, entre R$ 325 e R$ 650.
Consumidor
Otharan disse que a universidade aceita negociar o pagamento de mensalidades atrasadas, recebendo bens, quando conclui que o aluno "não vai conseguir cobrir a dívida que cresce como bola de neve".
Ele afirmou que a meta é "não perder o aluno", visto pela instituição como integrante de sua clientela e consumidor do seu produto.
"São poucos os que chegam à graduação no Brasil. Não podemos deixá-los ir embora", declarou o responsável pela área de cobrança.
Otharan disse que poderia ser um dos alunos em dificuldade, caso não trabalhasse na própria universidade, o que lhe dá direito a uma bolsa de 75% no curso de administração da Unicruz.
Aluno do nono semestre do curso de administração, ele disse que, se não tivesse a bolsa, certamente estaria "no outro lado do balcão", tentando negociar sua dívida para continuar estudando.
(CAS)


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