São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Produção nega contato com criminosos

DA SUCURSAL DO RIO

Os diretores e produtores de "Cidade de Deus" dizem que a negociação com as comunidades para viabilizar a filmagem foram feitas com as associações de moradores e que não houve acordo com traficantes.
"As comunidades colocaram algumas condições que aceitamos, como trabalhar com figurantes e outros profissionais das próprias comunidades", disse o diretor Fernando Meirelles. Kátia Lund, co-diretora do filme, afirma que em nenhum momento a direção ou a produção teve contato com traficantes. "Nosso contato foi com a associação [de moradores", mas com certeza eles [os traficantes" viram a gente e sabiam que estávamos filmando. Mas a gente não via os caras."
Ela afirmou que nunca viu o traficante Pequeno. "Nem sei quem ele é ou como conseguiu o convite. Havia mais de 1.500 convidados no local. Os convites foram distribuídos por diversas organizações", disse.
Em entrevista no site oficial do filme, Meirelles diz que pediu autorização dos traficantes: "Precisamos [pedir autorização" ou não conseguiríamos trabalhar. [...] Não existe a presença do Estado, as leis são outras e a polícia é vista como um perigo. Era fundamental que, antes de aparecer para filmar, a gente conseguisse a autorização do tráfico". Ele diz, na entrevista, que o chefe do tráfico leu o roteiro. "Nosso produtor pediu autorização do chefe e nos contou que ele queria ler o roteiro. Nós passamos o roteiro para ele e recebemos a aprovação final alguns dias depois."
Ontem, Meirelles disse que em nenhum momento a negociação foi feita diretamente com o traficante: "A produção lida somente com a associação de moradores. Com quem eles falam, não é problema nosso."


Texto Anterior: Rio: Traficante é preso em pré-estréia de filme
Próximo Texto: Cineasta pagava bolsa a Marcinho VP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.