|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Produção nega contato com criminosos
DA SUCURSAL DO RIO
Os diretores e produtores de "Cidade de Deus" dizem que a negociação com as comunidades para viabilizar a filmagem foram feitas com as associações
de moradores e que não houve acordo com traficantes.
"As comunidades colocaram algumas condições que aceitamos, como trabalhar com figurantes e outros profissionais das próprias comunidades",
disse o diretor Fernando Meirelles. Kátia Lund, co-diretora
do filme, afirma que em nenhum momento a direção ou a
produção teve contato com traficantes. "Nosso contato foi
com a associação [de moradores", mas com certeza eles [os
traficantes" viram a gente e sabiam que estávamos filmando.
Mas a gente não via os caras."
Ela afirmou que nunca viu o
traficante Pequeno. "Nem sei
quem ele é ou como conseguiu
o convite. Havia mais de 1.500
convidados no local. Os convites foram distribuídos por diversas organizações", disse.
Em entrevista no site oficial
do filme, Meirelles diz que pediu autorização dos traficantes:
"Precisamos [pedir autorização" ou não conseguiríamos
trabalhar. [...] Não existe a presença do Estado, as leis são outras e a polícia é vista como um perigo. Era fundamental que, antes de aparecer para filmar, a
gente conseguisse a autorização do tráfico". Ele diz, na entrevista, que o chefe do tráfico leu o roteiro. "Nosso produtor pediu autorização do chefe e
nos contou que ele queria ler o roteiro. Nós passamos o roteiro
para ele e recebemos a aprovação final alguns dias depois."
Ontem, Meirelles disse que em nenhum momento a negociação foi feita diretamente
com o traficante: "A produção lida somente com a associação
de moradores. Com quem eles falam, não é problema nosso."
Texto Anterior: Rio: Traficante é preso em pré-estréia de filme Próximo Texto: Cineasta pagava bolsa a Marcinho VP Índice
|