São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 2002

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Ranking gera competição e desgasta aluno

DA REPORTAGEM LOCAL

Um ano inteiro de competição. Essa é a sensação dos alunos que já passaram pelo sistema de ranking dos cursos de engenharia e letras da USP.
No curso de letras, cada docente tem seus critérios e formas de avaliação. O efeito é que os alunos procuram se matricular nas turmas de professores tidos como "bonzinhos" e fogem dos mais rigorosos. Para o diretor da FFLCH, Sedi Hirano, é preciso partir da idéia de que há neutralidade. "Não digo que os critérios sejam perfeitos, mas é o que perseguimos."
Na engenharia, as provas do ciclo básico costumam ser as mesmas para todas as turmas. "Como as aulas são diferentes, as salas dos bons professores ficam lotadas. Mesmo quem não é da turma vai assistir", conta Fábio Zveibil, 20, aluno de engenharia de produção.
Segundo os alunos, o clima de competição chega a atrapalhar as amizades. "Em engenharia, as pessoas já têm dificuldade de se comunicar. Com a competição, o problema se intensifica", afirma o estudante do segundo ano de civil Renato Rosenberg, 19, membro do Grêmio Politécnico. De acordo com ele, o sistema desmobiliza os estudantes, quebrando a possibilidade de lutar por interesses coletivos.


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