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SP 450
Prefeitura e iniciativa privada investem R$ 65 mi em edifícios históricos; Museu da Casa Brasileira expõe projeto para a região
Centro ganha seis "novos" velhos prédios
DA REPORTAGEM LOCAL
O maior presente para uma cidade é a paixão e o orgulho de
seus moradores. Partindo dessa
premissa, a entrega, até o fim do
ano, de seis construções reformadas no centro de São Paulo -
prédios históricos, tombados e
marcos arquitetônicos- não será
só mais uma homenagem aos 450
anos da capital, mas uma tentativa de, recuperando a beleza e o
charme do coração da metrópole,
despertar -ou reacender- nos
paulistanos o amor pela cidade.
Por isso prefeitura e iniciativa
privada entenderam que vale a
pena investir, em conjunto, cerca
de R$ 65 milhões em obras no Palácio das Indústrias, na Casa das
Retortas, na Biblioteca Mario de
Andrade e no Mercado Municipal
-por meio do Ação Centro, da
Emurb (Empresa Municipal de
Urbanização), financiado pelo
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento)-; no edifício
Ramos de Azevedo -pelo Monumenta, programa do Ministério da Cultura, também com verba do BID-; e no edifício Lutétia
-restauro da Faap (Fundação
Armando Álvares Penteado).
Alguns prédios já estão em reforma, em outros ela deve começar nos próximos meses.
Preservação
Os resultados esperados são a
elevação da auto-estima e o aumento do senso de preservação
da memória da capital. "Cada
obra contribui para o paulistano
se reapropriar da cidade e se "reapaixonar" por ela", defende Silvio
Passarelli, diretor da Faculdade de
Artes Plásticas da Faap.
O Palácio das Indústrias, atual
sede da prefeitura, e a Casa das
Retortas, que já foi uma usina de
gás e abriga órgãos municipais,
virarão o Museu da Cidade e um
centro de eventos. A prefeita Marta Suplicy (PT) se muda para o
Banespinha no dia 25.
O Lutétia, um antigo prédio de
escritórios projetado pelo engenheiro e arquiteto Francisco de
Paula Ramos de Azevedo (1851-1928, que projetou o Teatro Municipal e a Pinacoteca, entre outros), terá os três primeiros andares dedicados a um centro cultural, a ser inaugurado dia 25 com
três exposições. Os outros andares servirão a priori como "laboratório" para arquitetos desenvolverem projetos de como morar e
trabalhar no centro da cidade.
Os demais prédios manterão as
funções atuais, mas com reformas
para aumentar o conforto dos visitantes e melhorar as condições
de preservação dos acervos de livros e documentos que guardam.
Há ainda pelo menos três outros prédios históricos na área
central esperando na fila do financiamento para restauro: o solar da
marquesa de Santos, a Casa Nš 1
- que abrigou a primeira delegacia de São Paulo- e o edifício
Martinelli -primeiro arranha-céu da América Latina.
Exposição
Quem quiser saber mais sobre a
revitalização do centro, pode visitar a exposição São Paulo 450
anos - (Re)Conhecer o Centro,
que foi aberta ontem no Museu da
Casa Brasileira (na avenida Faria
Lima, 2.705). A mostra incluirá
projetos representativos para a
região central que já foram concluídos, estão em andamento ou
ainda nem começaram.
Eles estão sendo mostrados
através de fotos antigas, desenhos
originais e um ensaio fotográfico.
Haverá também históricos da revitalização dos centros de cidades
como Barcelona (Espanha), Salvador (BA) e São Luís (MA). As
visitas são de terça a domingo, das
13 às 18h, até 14 de março. O ingresso custa R$ 4, e aos domingos
a entrada é grátis.
(MARIANA VIVEIROS)
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