São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

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SP 450

Prefeitura e iniciativa privada investem R$ 65 mi em edifícios históricos; Museu da Casa Brasileira expõe projeto para a região

Centro ganha seis "novos" velhos prédios

DA REPORTAGEM LOCAL

O maior presente para uma cidade é a paixão e o orgulho de seus moradores. Partindo dessa premissa, a entrega, até o fim do ano, de seis construções reformadas no centro de São Paulo - prédios históricos, tombados e marcos arquitetônicos- não será só mais uma homenagem aos 450 anos da capital, mas uma tentativa de, recuperando a beleza e o charme do coração da metrópole, despertar -ou reacender- nos paulistanos o amor pela cidade.
Por isso prefeitura e iniciativa privada entenderam que vale a pena investir, em conjunto, cerca de R$ 65 milhões em obras no Palácio das Indústrias, na Casa das Retortas, na Biblioteca Mario de Andrade e no Mercado Municipal -por meio do Ação Centro, da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), financiado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)-; no edifício Ramos de Azevedo -pelo Monumenta, programa do Ministério da Cultura, também com verba do BID-; e no edifício Lutétia -restauro da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado).
Alguns prédios já estão em reforma, em outros ela deve começar nos próximos meses.

Preservação
Os resultados esperados são a elevação da auto-estima e o aumento do senso de preservação da memória da capital. "Cada obra contribui para o paulistano se reapropriar da cidade e se "reapaixonar" por ela", defende Silvio Passarelli, diretor da Faculdade de Artes Plásticas da Faap.
O Palácio das Indústrias, atual sede da prefeitura, e a Casa das Retortas, que já foi uma usina de gás e abriga órgãos municipais, virarão o Museu da Cidade e um centro de eventos. A prefeita Marta Suplicy (PT) se muda para o Banespinha no dia 25.
O Lutétia, um antigo prédio de escritórios projetado pelo engenheiro e arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo (1851-1928, que projetou o Teatro Municipal e a Pinacoteca, entre outros), terá os três primeiros andares dedicados a um centro cultural, a ser inaugurado dia 25 com três exposições. Os outros andares servirão a priori como "laboratório" para arquitetos desenvolverem projetos de como morar e trabalhar no centro da cidade.
Os demais prédios manterão as funções atuais, mas com reformas para aumentar o conforto dos visitantes e melhorar as condições de preservação dos acervos de livros e documentos que guardam.
Há ainda pelo menos três outros prédios históricos na área central esperando na fila do financiamento para restauro: o solar da marquesa de Santos, a Casa Nš 1 - que abrigou a primeira delegacia de São Paulo- e o edifício Martinelli -primeiro arranha-céu da América Latina.

Exposição
Quem quiser saber mais sobre a revitalização do centro, pode visitar a exposição São Paulo 450 anos - (Re)Conhecer o Centro, que foi aberta ontem no Museu da Casa Brasileira (na avenida Faria Lima, 2.705). A mostra incluirá projetos representativos para a região central que já foram concluídos, estão em andamento ou ainda nem começaram.
Eles estão sendo mostrados através de fotos antigas, desenhos originais e um ensaio fotográfico. Haverá também históricos da revitalização dos centros de cidades como Barcelona (Espanha), Salvador (BA) e São Luís (MA). As visitas são de terça a domingo, das 13 às 18h, até 14 de março. O ingresso custa R$ 4, e aos domingos a entrada é grátis.
(MARIANA VIVEIROS)


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