São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 2005

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VIOLÊNCIA NOS MORROS

Polícia do Rio apura relação entre mortes acidentais e guerra entre facções criminosas Comando Vermelho e ADA

Crianças atingidas por balas perdidas são enterradas

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os primos João Vitor Ferreira da Costa, 5, e Tayne Rodrigues dos Santos, 13, mortos anteontem por balas perdidas no morro de São Carlos, no Estácio, zona norte do Rio, foram enterrados ontem no cemitério São João Batista, em Botafogo.
A mãe de João Vítor, que viu o filho morrer em seus braços no tiroteio anteontem, passou mal durante o enterro e precisou sair antes dos demais.
Entre os parentes, o único a falar foi um tio de João Vítor, que se identificou como Paulo César. "O Estado não cumpre nem justiça trabalhista. Um bonde [comboio] com 30 invade [a favela] e aí a gente vai ter que fazer justiça com as próprias mãos", ameaçou, ao deixar o cemitério.
O "bonde" seria um grupo de traficantes do morro da Mineira, do Comando Vermelho, que teria atirado contra o morro de São Carlos para revidar um ataque da facção ADA (Amigos dos Amigos). De acordo com o comandante do 1º Batalhão (Estácio), tenente-coronel Marcos Alexandre Santos de Almeida, traficantes do São Carlos atiraram do alto do morro do Zinco -também controlado pela ADA- contra uma festa que era realizada anteontem em uma praça no morro da Mineira.
No ataque dos traficantes da ADA contra a festa, Luís Fernando Vieira, 16, morador da Mineira, morreu com um tiro na cabeça e Jone Rodrigues Teixeira, 16, ficou ferido com tiros no braço e nas nádegas.
A polícia confirma apenas o ataque da ADA, mas não o suposto revide do Comando Vermelho. A possibilidade de os traficantes terem atirado do alto do morro do Zinco contra a Mineira e acertado o São Carlos por acidente é remota.


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