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VIOLÊNCIA NOS MORROS
Polícia do Rio apura relação entre mortes acidentais e guerra entre facções criminosas Comando Vermelho e ADA
Crianças atingidas por balas perdidas são enterradas
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os primos João Vitor Ferreira
da Costa, 5, e Tayne Rodrigues
dos Santos, 13, mortos anteontem por balas perdidas no morro
de São Carlos, no Estácio, zona
norte do Rio, foram enterrados
ontem no cemitério São João Batista, em Botafogo.
A mãe de João Vítor, que viu o
filho morrer em seus braços no
tiroteio anteontem, passou mal
durante o enterro e precisou sair
antes dos demais.
Entre os parentes, o único a falar foi um tio de João Vítor, que
se identificou como Paulo César.
"O Estado não cumpre nem justiça trabalhista. Um bonde
[comboio] com 30 invade [a favela] e aí a gente vai ter que fazer
justiça com as próprias mãos",
ameaçou, ao deixar o cemitério.
O "bonde" seria um grupo de
traficantes do morro da Mineira,
do Comando Vermelho, que teria atirado contra o morro de São
Carlos para revidar um ataque
da facção ADA (Amigos dos
Amigos). De acordo com o comandante do 1º Batalhão (Estácio), tenente-coronel Marcos
Alexandre Santos de Almeida,
traficantes do São Carlos atiraram do alto do morro do Zinco
-também controlado pela
ADA- contra uma festa que era
realizada anteontem em uma
praça no morro da Mineira.
No ataque dos traficantes da
ADA contra a festa, Luís Fernando Vieira, 16, morador da Mineira, morreu com um tiro na cabeça e Jone Rodrigues Teixeira, 16,
ficou ferido com tiros no braço e
nas nádegas.
A polícia confirma apenas o
ataque da ADA, mas não o suposto revide do Comando Vermelho. A possibilidade de os traficantes terem atirado do alto do
morro do Zinco contra a Mineira
e acertado o São Carlos por acidente é remota.
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