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Ex-detento faz 7 reféns e se mata em Moema
Perseguido pela PM e armado, ele invadiu um bar; dizendo não querer voltar à prisão, deu um tiro no peito
DA REPORTAGEM LOCAL
Perseguido por policiais militares por ser suspeito de um
roubo, um ex-detento invadiu
um bar em Moema (zona sul de
São Paulo) e, armado com um
revólver, fez sete pessoas reféns por quase duas horas.
Depois, dizendo não querer
retornar à prisão, o homem atirou contra o próprio peito e
morreu minutos depois.
A perseguição começou por
volta das 12h30, quando Carlos
Eduardo Brenner, 38, foi reconhecido em um ponto de ônibus do bairro por uma vítima
de roubo.
Segundo a polícia, quando
viu os policiais militares, Brenner atirou e correu para o interior do Bar e Café Fuja -localizado a três quadras do parque
Ibirapuera.
Já na porta, ele fez refém o
aposentado José Gonçalves da
Silva, 75. Mais de 20 pessoas,
entre clientes e funcionários,
estavam no bar na hora da invasão. Parte delas conseguiu fugir. "Ele não parecia bandido.
Tinha boa aparência, se vestia
bem", afirmou o aposentado.
Silva, o dono do bar, três funcionários e dois clientes ficaram como reféns.
Atrás do balcão, Brenner soltou o aposentado -que se juntou às quatro pessoas que estavam no depósito do bar- e
apontou a arma para o cozinheiro Aílton Silva dos Santos.
"Em uma hora dessas a gente
pensa apenas na família. Senti
muito medo por causa da reação dele", afirmou Santos.
Tensão
Um dos momentos mais tensos foi quando Brenner atirou
em direção à porta do depósito.
Cercado pela polícia, o assaltante fez dois pedidos: exigiu a
presença da imprensa e, ainda,
um telefone para falar com a família. Após falar com os pais,
atirou contra o peito.
Segundo o delegado Júlio
Augusto Moreira, que participou da negociação, o suspeito
falava a todo momento em se
matar. "Ele esteve preso um
tempo e não queria voltar para
a cadeia. Ele disse que para a cadeia não voltaria. A polícia não
faz milagre. Graças a Deus os
reféns saíram com vida."
Brenner esteve preso durante nove anos, segundo a polícia.
Ele já foi processado por roubo,
estelionato, receptação e desacato. Estava solto desde 15 de
outubro de 2003.
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