São Paulo, terça-feira, 22 de janeiro de 2008

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Ex-detento faz 7 reféns e se mata em Moema

Perseguido pela PM e armado, ele invadiu um bar; dizendo não querer voltar à prisão, deu um tiro no peito

DA REPORTAGEM LOCAL

Perseguido por policiais militares por ser suspeito de um roubo, um ex-detento invadiu um bar em Moema (zona sul de São Paulo) e, armado com um revólver, fez sete pessoas reféns por quase duas horas.
Depois, dizendo não querer retornar à prisão, o homem atirou contra o próprio peito e morreu minutos depois.
A perseguição começou por volta das 12h30, quando Carlos Eduardo Brenner, 38, foi reconhecido em um ponto de ônibus do bairro por uma vítima de roubo.
Segundo a polícia, quando viu os policiais militares, Brenner atirou e correu para o interior do Bar e Café Fuja -localizado a três quadras do parque Ibirapuera.
Já na porta, ele fez refém o aposentado José Gonçalves da Silva, 75. Mais de 20 pessoas, entre clientes e funcionários, estavam no bar na hora da invasão. Parte delas conseguiu fugir. "Ele não parecia bandido. Tinha boa aparência, se vestia bem", afirmou o aposentado.
Silva, o dono do bar, três funcionários e dois clientes ficaram como reféns.
Atrás do balcão, Brenner soltou o aposentado -que se juntou às quatro pessoas que estavam no depósito do bar- e apontou a arma para o cozinheiro Aílton Silva dos Santos. "Em uma hora dessas a gente pensa apenas na família. Senti muito medo por causa da reação dele", afirmou Santos.

Tensão
Um dos momentos mais tensos foi quando Brenner atirou em direção à porta do depósito.
Cercado pela polícia, o assaltante fez dois pedidos: exigiu a presença da imprensa e, ainda, um telefone para falar com a família. Após falar com os pais, atirou contra o peito.
Segundo o delegado Júlio Augusto Moreira, que participou da negociação, o suspeito falava a todo momento em se matar. "Ele esteve preso um tempo e não queria voltar para a cadeia. Ele disse que para a cadeia não voltaria. A polícia não faz milagre. Graças a Deus os reféns saíram com vida."
Brenner esteve preso durante nove anos, segundo a polícia. Ele já foi processado por roubo, estelionato, receptação e desacato. Estava solto desde 15 de outubro de 2003.


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