São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2004

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Ceará pesquisa ervas desde 1983

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O Ceará foi, na década de 80, o primeiro Estado a ter uma rede de produção e distribuição de medicamentos fitoterápicos no país.
O projeto se chama Farmácia Viva. Foi criado em 1983 e conta hoje com 42 unidades, cada uma com horta e equipamentos para produção dos medicamentos.
A rede é coordenada por uma fundação ligada à UFC (Universidade Federal do Ceará), que monta as unidades em parceria com prefeituras, organizações comunitárias e ONGs. O criador da rede foi o professor emérito da UFC e doutor em farmácia Francisco José de Abreu Matos, 79.
Em 1983, ele instalou uma horta experimental e criou o nome Farmácia Viva. A idéia era pesquisar as plantas usadas popularmente como medicinais, para verificar cientificamente sua eficácia. Segundo levantamento feito pelo professor em 1983, existem no Nordeste 529 plantas utilizadas popularmente como medicinais, mas só 64 já foram estudadas.
Hoje as plantas são utilizadas no Ceará por ONGs e secretarias de saúde de municípios. É com o cultivo e a manipulação de parte das 64 espécies que o Iprede (Instituto de Prevenção à Desnutrição e à Excepcionalidade), que atende crianças desnutridas, em Fortaleza, trata de 80% das doenças.
Pela orientação da UFC, são necessárias, para a montagem de uma horta medicinal, a disponibilidade de 1 ha de terra, com água próxima e distante da poluição, e a supervisão de um farmacêutico.


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