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Ceará pesquisa ervas desde 1983
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O Ceará foi, na década de 80, o
primeiro Estado a ter uma rede de
produção e distribuição de medicamentos fitoterápicos no país.
O projeto se chama Farmácia
Viva. Foi criado em 1983 e conta
hoje com 42 unidades, cada uma
com horta e equipamentos para
produção dos medicamentos.
A rede é coordenada por uma
fundação ligada à UFC (Universidade Federal do Ceará), que monta as unidades em parceria com
prefeituras, organizações comunitárias e ONGs. O criador da rede
foi o professor emérito da UFC e
doutor em farmácia Francisco José de Abreu Matos, 79.
Em 1983, ele instalou uma horta
experimental e criou o nome Farmácia Viva. A idéia era pesquisar
as plantas usadas popularmente
como medicinais, para verificar
cientificamente sua eficácia. Segundo levantamento feito pelo
professor em 1983, existem no
Nordeste 529 plantas utilizadas
popularmente como medicinais,
mas só 64 já foram estudadas.
Hoje as plantas são utilizadas no
Ceará por ONGs e secretarias de
saúde de municípios. É com o cultivo e a manipulação de parte das
64 espécies que o Iprede (Instituto
de Prevenção à Desnutrição e à
Excepcionalidade), que atende
crianças desnutridas, em Fortaleza, trata de 80% das doenças.
Pela orientação da UFC, são necessárias, para a montagem de
uma horta medicinal, a disponibilidade de 1 ha de terra, com água
próxima e distante da poluição, e
a supervisão de um farmacêutico.
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