São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 2006

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JK E A NAMORADA

DA REPORTAGEM LOCAL

Incitada a contar um caso desconhecido de algum político brasileiro, Danuza Leão revelou uma das rotinas do presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976): a de todo dia deixar o seu gabinete no horário do almoço no Palácio das Laranjeiras, quando a capital da República ainda era o Rio, para visitar uma das namoradas num dos edifícios na vizinhança.
A namorada era Lúcia Pedrosa, que morava num dos prédios modernistas projetados por arquitetos como Lucio Costa, no Parque Guinle, a poucos minutos das Laranjeiras. "Todo dia depois do almoço, o Juscelino descia do palácio e ia dançar com ela na sala."
Danuza não faz parte do coro que se embasbaca com a minissérie produzida pela Globo sobre o ex-presidente: "Liguei a televisão duas vezes e desliguei. Achei tão ruim, tão ruim que desliguei".
A escritora conheceu Juscelino quando era casada com o jornalista Samuel Wainer. Ele costumava levar o casal para acompanhar a construção da nova capital na segunda metade dos anos 50: "Juscelino era a pessoa mais gostável, mais sedutora, mas só queria falar das obras dele, só falava de Brasília".
Por ter visto a cidade nascer junto às avenidas enlameadas, ela conta que sente emoção toda vez que volta para lá -sentimento que acaba, segundo ela, quando cruza as portas do Congresso. Afirma, no entanto, não ter "opinião formada se foi bom ter feito Brasília" por causa do afastamento dos políticos da pressão.
JK, porém, não foi um estadista, função desempenhada por Getúlio Vargas (1882-1954), na avaliação de Danuza. "Foi o último grande estadista. Foi quem deu direito aos trabalhadores, deu férias, deu o 13º."


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