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JK E A NAMORADA
DA REPORTAGEM LOCAL
Incitada a contar um caso desconhecido de algum político brasileiro, Danuza Leão revelou uma
das rotinas do presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976): a de
todo dia deixar o seu gabinete no
horário do almoço no Palácio das
Laranjeiras, quando a capital da
República ainda era o Rio, para
visitar uma das namoradas num
dos edifícios na vizinhança.
A namorada era Lúcia Pedrosa,
que morava num dos prédios modernistas projetados por arquitetos como Lucio Costa, no Parque
Guinle, a poucos minutos das Laranjeiras. "Todo dia depois do almoço, o Juscelino descia do palácio e ia dançar com ela na sala."
Danuza não faz parte do coro
que se embasbaca com a minissérie produzida pela Globo sobre o
ex-presidente: "Liguei a televisão
duas vezes e desliguei. Achei tão
ruim, tão ruim que desliguei".
A escritora conheceu Juscelino
quando era casada com o jornalista Samuel Wainer. Ele costumava levar o casal para acompanhar a construção da nova capital
na segunda metade dos anos 50:
"Juscelino era a pessoa mais gostável, mais sedutora, mas só queria falar das obras dele, só falava
de Brasília".
Por ter visto a cidade nascer junto às avenidas enlameadas, ela
conta que sente emoção toda vez
que volta para lá -sentimento
que acaba, segundo ela, quando
cruza as portas do Congresso.
Afirma, no entanto, não ter "opinião formada se foi bom ter feito
Brasília" por causa do afastamento dos políticos da pressão.
JK, porém, não foi um estadista,
função desempenhada por Getúlio Vargas (1882-1954), na avaliação de Danuza. "Foi o último
grande estadista. Foi quem deu
direito aos trabalhadores, deu férias, deu o 13º."
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