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São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2003

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SAÚDE

Para ministério, reajuste corrige distorção de gestão anterior

Consultas do SUS em hospitais públicos terão aumento de 196%

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Saúde irá propor um reajuste de 196% para todas as consultas de especialidades médicas realizadas pela rede de hospitais públicos do SUS (Sistema Único de Saúde). O acréscimo de R$ 5 por consulta significará um total de R$ 480 milhões por ano em repasses adicionais a Estados e municípios que fazem gestão plena de suas unidades de saúde, informou o ministério.
A "oferta" é apresentada pela pasta como uma maneira de corrigir distorção gerada por reajuste concedido no governo anterior. Segundo a atual gestão, aquele aumento, anunciado a cerca de quatro meses das eleições para presidente da República, beneficiou apenas a rede privada que presta serviço ao SUS, como hospitais filantrópicos, responsável por apenas 18% da oferta de consultas. Deixou de fora as unidades públicas, que prestam 82% desse atendimento. O pagamento por consulta especializada passou de R$ 2,55 para R$ 7,55.
"Ao dar o aumento o governo privilegiou o setor privado em detrimento do setor público", diz Jorge Solla, atual secretário de Assistência à Saúde do ministério. "Estamos corrigindo uma distorção grave. A Lei Orgânica da Saúde fala que o setor público tem de ser priorizado." Consultas de especialidades são as de ginecologia e as de urologia, por exemplo.
O reajuste criticado por Solla foi concedido quando Barjas Negri, atual secretário da Habitação de São Paulo, estava à frente da pasta. Ele substituiu José Serra (PSDB), então candidato à Presidência da República.
A reportagem procurou Negri por meio da assessoria de imprensa da secretaria, que informou que ele estava em audiência com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Vários recados foram deixados para Negri, informou a assessoria.
A proposta do novo aumento será apresentada hoje durante reunião da comissão tripartite -de que participam representantes das prefeituras, dos Estados e da União.
Caso aprovada, o dinheiro começará a ser liberado em junho.
(FABIANE LEITE)


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