São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2007

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Crise atinge pico com 122 cancelamentos

Ontem foi o terceiro dia consecutivo de problemas nos aeroportos; decolagens de São Paulo e Rio foram afetadas

Segundo a Aeronáutica, os controladores de vôo do Cindacta-1 repetiram a estratégia de alegar problemas nos monitores

ANDREZA MATAIS
VINICIUS ABBATE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A crise nos aeroportos atingiu ontem seu pior momento desde que os operadores deflagraram operação-padrão na terça. Os vôos com atraso superior a uma hora chegaram a 562 até as 18h30 de ontem, o que representa 38,1% dos previstos. Até o final da tarde, 122 (8,2%) vôos foram cancelados -maior número registrado até agora. Na quarta-feira, ocorreram 85 cancelamentos.
O agravamento dos transtornos nos aeroportos coincidiu com a decisão da FAB (Força Aérea Brasileira) de mandar prender um dos controladores.
O maior problema ontem foi no aeroporto de Guarulhos (SP). Dos 171 vôos programados, 69 (40,3%) sofreram atrasos de mais de uma hora e 11 foram cancelados. Em Salvador, o número de vôos cancelados chegou a 12. Dos 72 previstos, 41 partiram com atraso de mais de uma hora (56,9%).
A Aeronáutica informou que a crise, mais uma vez, teria sido provocada pela alegação dos controladores de falta de nitidez nas imagens dos monitores, embora os técnicos não tenham encontrado problemas.
Durante todo o dia foram várias as queixas por manutenção nos monitores. Num determinado período, três dos 15 utilizados no Cindacta-1 estavam parados para ajustes. A situação se complicou porque a cada troca de turno as reclamações se repetiam, o que fez com que os técnicos tivessem que revisar os monitores várias vezes.
Em nota divulgada à noite, a FAB informou que o Cindacta-1 funcionava com o número de consoles previsto e que as decolagens de São Paulo e do Rio em direção ao espaço aéreo sobre responsabilidade do Cindacta-1 sofriam restrições devido ao volume acumulado de vôos.
Fontes da Aeronáutica voltaram a acusar os controladores de fazerem uma operação-padrão para pressionar o governo a atender demandas como desmilitarização. Os controladores negam a operação-padrão e justificam os diversos de manutenção dos equipamentos como medida de segurança.


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