|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crise atinge pico com 122 cancelamentos
Ontem foi o terceiro dia consecutivo de problemas nos aeroportos; decolagens de São Paulo e Rio foram afetadas
Segundo a Aeronáutica, os
controladores de vôo do
Cindacta-1 repetiram a
estratégia de alegar
problemas nos monitores
ANDREZA MATAIS
VINICIUS ABBATE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A crise nos aeroportos atingiu ontem seu pior momento
desde que os operadores deflagraram operação-padrão na
terça. Os vôos com atraso superior a uma hora chegaram a 562
até as 18h30 de ontem, o que representa 38,1% dos previstos.
Até o final da tarde, 122 (8,2%)
vôos foram cancelados -maior
número registrado até agora.
Na quarta-feira, ocorreram 85
cancelamentos.
O agravamento dos transtornos nos aeroportos coincidiu
com a decisão da FAB (Força
Aérea Brasileira) de mandar
prender um dos controladores.
O maior problema ontem foi
no aeroporto de Guarulhos
(SP). Dos 171 vôos programados, 69 (40,3%) sofreram atrasos de mais de uma hora e 11 foram cancelados. Em Salvador, o
número de vôos cancelados
chegou a 12. Dos 72 previstos,
41 partiram com atraso de mais
de uma hora (56,9%).
A Aeronáutica informou que
a crise, mais uma vez, teria sido
provocada pela alegação dos
controladores de falta de nitidez nas imagens dos monitores, embora os técnicos não tenham encontrado problemas.
Durante todo o dia foram várias as queixas por manutenção
nos monitores. Num determinado período, três dos 15 utilizados no Cindacta-1 estavam
parados para ajustes. A situação se complicou porque a cada
troca de turno as reclamações
se repetiam, o que fez com que
os técnicos tivessem que revisar os monitores várias vezes.
Em nota divulgada à noite, a
FAB informou que o Cindacta-1 funcionava com o número de
consoles previsto e que as decolagens de São Paulo e do Rio em
direção ao espaço aéreo sobre
responsabilidade do Cindacta-1 sofriam restrições devido ao
volume acumulado de vôos.
Fontes da Aeronáutica voltaram a acusar os controladores
de fazerem uma operação-padrão para pressionar o governo
a atender demandas como desmilitarização. Os controladores negam a operação-padrão e
justificam os diversos de manutenção dos equipamentos como medida de segurança.
Texto Anterior: Lula autoriza Aeronáutica a prender "sabotadores" Próximo Texto: Crise aérea é o "preço do sucesso", afirma Mantega Índice
|