São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2011

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PMs acusados da morte de Juan são presos

Prisão temporária de dois cabos e dois sargentos foi decretada anteontem à noite no Rio

DIANA BRITO
DO RIO

Os quatro policiais militares acusados de envolvimento na morte e na ocultação do corpo do menino Juan Moraes, 11, foram presos ontem. Eles foram para o Bep (Batalhão Especial Prisional), em Benfica, zona norte.
A prisão temporária dos cabos Edilberto Barros do Nascimento e Rubens da Silva, e dos sargentos Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares foi decretada quarta à noite pela Justiça do Rio.
O grupo foi indiciado sob suspeita de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O advogado dos policiais, Edson Ferreira, disse que vai analisar o pedido de prisão temporária feito pelo Ministério Público para decidir qual medida tomará para libertar seus clientes.
Antes de seguirem para o Bep, o policiais fizeram exame de corpo de delito no Hospital Geral da PM, no Estácio.
Na quarta-feira, o delegado Ricardo Barbosa, responsável pelas investigações do caso, disse que Juan foi morto com um tiro no pescoço, disparado por PMs.
Segundo ele, a perícia constatou que não houve troca de tiros entre PMs e suspeitos, como haviam informado em seus depoimentos os policiais. Todas as balas vieram de armas da polícia.
Juan morreu no dia 20 de junho. Ele voltava para casa, na favela Danon, em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), com o irmão, de 14 anos, quando encontrou com os policiais que supostamente perseguiam traficantes.
Além de Juan, foi morto Igor de Souza, 17, apontado pelos PMs como traficante.
Com ele, segundo os policiais, havia uma arma, que foi apreendida. Outras duas pessoas, o irmão de Juan e outro morador, de 19 anos, ficaram feridas.
Após a ação, o cabo Barros e o sargento Souza se apresentaram na delegacia da região afirmando que tinham feito disparos durante confronto com traficantes. Em um primeiro momento, disseram que haviam enfrentado seis traficantes. Depois, o número caiu para dois.
O corpo de Juan só foi encontrado dez dias depois, às margens de um rio a 18 quilômetros do local da ação.


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