São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2007

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Morador rico atrasa contagem populacional

Recenseadores encontram dificuldade para fazer entrevistas em condomínios de alto padrão e prazo da pesquisa é prorrogado

Previsão para o término das entrevistas era agosto, mas ainda faltam 463 mil moradores para a conclusão da pesquisa do IBGE

MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

A Contagem da População do IBGE foi prorrogada devido às dificuldades encontradas pelos recenseadores de entrevistar, em alguns Estados, moradores de condomínios de alto padrão, cujo acesso é limitado por questões de segurança.
Alphaville, entre Santana do Parnaíba e Barueri, em São Paulo, é um exemplo dos condomínios de alto poder aquisitivo aos quais os recenseadores têm relatado dificuldade de acesso. O mesmo se repetiria em condomínios de alta renda de Teresina (PI) e Maceió (AL), segundo os recenseadores.
Iniciada em abril deste ano, a contagem prevê a visita a 29,5 milhões de domicílios em cidades de até 170 mil habitantes -com exceção de 21 municípios, como Manaus- até o dia 30 de agosto. Ainda faltam 463 mil moradores que não abriram as portas.
Os 82 mil recenseadores contratados temporariamente voltam às residências até conseguir falar com as pessoas, já que ganham por produtividade.

"Alta renda"
"De um modo geral, a maior parte dos que não responderam é de população de alta renda, que se recusa a dar informação", disse Maria Vilma Salles, coordenadora operacional de Censos do IBGE.
A Associação Residencial e empresarial de Alphaville estima sua população em 60 mil pessoas. A população flutuante é calculada em 170 mil.
Leonardo Cunha, diretor da associação de Alphaville, diz-se surpreso em saber que o IBGE está fazendo uma contagem. Ele afirma que é normal que os funcionários do IBGE tenham dificuldade de entrar lá, como em qualquer condomínio, justificando que por segurança as pessoas querem que se faça uma triagem na portaria.
Segundo Cunha, o problema já teria sido resolvido se o IBGE tivesse procurado a associação, que poderia mandar uma circular aos proprietários das 12 mil casas e 5.000 apartamentos avisando sobre a visita dos recenseadores.
Maria Vilma, do IBGE, disse que os recenseadores sempre pedem autorização para os administradores ou síndicos de prédios. Os coordenadores de cada região têm liberdade para agir da melhor forma em busca da informação.
Até ontem à noite, já tinham sido contadas 105 milhões de pessoas nos 5.435 municípios pesquisados. A estimativa é que o número chegue a 111 milhões de pessoas. O resultado será divulgado no dia 30 de agosto. Em setembro, o IBGE faz a revisão, que já deveria estar sendo feita, em cidades em que os números diferem muito da pesquisa feita anteriormente.
As prefeituras têm ajudado na divulgação da contagem. O FPM (Fundo de Participação dos Municípios), repassado pela União, é determinado principalmente pela proporção do número de habitantes estimado anualmente pelo IBGE.
Outros locais que enfrentam as mesmas dificuldades são João Pessoa e Manaus, onde mais de 13 mil residências ainda não foram visitadas. Nessas capitais, a justificativa para o número de residências sem contagem é a quantidade de pessoas que vivem sozinhas.
O recenseador deve apresentar identificação do Censo e identidade. Quem tiver dúvidas quanto à veracidade pode ligar gratuitamente para 0800-721- 8181. Quem ainda não foi recenseado, também pode agendar a visita.

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