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MEC corrige Ideb e eleva SP no ranking das capitais
Cidade ganhou 2 posições na 4ª e na 8ª série, mas está atrás de capitais como Teresina
Em junho, quando dados foram divulgados, secretário municipal apontou erro, mas MEC afirmou que não havia tempo para corrigir
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O Inep (instituto de pesquisa
ligado ao Ministério da Educação) corrigiu as notas de 50 municípios e de cerca de 850 escolas no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Com isso, o Estado e o município de São Paulo melhoraram as suas médias.
O Ideb é calculado a partir da
nota dos alunos em provas de
português e de matemática e
das taxas de reprovação -esse
foi o dado que provocou o erro
na maioria dos casos, de acordo
com o Inep. A mudança, no entanto, influiu pouco na comparação da capital paulista com as
outras capitais.
Na quarta série do ensino
fundamental, por exemplo, o
Ideb da rede municipal paulistana passou de 4,1 para 4,3.
Com isso, a cidade ganhou duas
posições no ranking (de 12º para 10º), ultrapassando Vitória e
Goiânia, mas ficando atrás ainda de capitais de Estados mais
pobres, como Boa Vista, Teresina, Palmas e Rio Branco.
Na oitava série, com a correção de 3,7 para 3,9, a rede municipal da capital paulista subiu
duas posições (da oitava para a
sexta), ultrapassando Palmas e
empatando com Teresina.
Em junho, quando o MEC divulgou os dados do Ideb, o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, fez
uma reclamação formal à pasta
pedindo que os dados de São
Paulo fossem corrigidos antes
de sua divulgação.
O MEC alegou que não havia
mais tempo para isso e que só
posteriormente divulgaria a
correção, o que gerou uma crise
entre a secretaria e a pasta. O
Ideb corrigido da rede municipal de SP para a quarta e a oitava séries agora bate com os índices que, na época, a secretaria
disse estarem certos: 4,3 para a
quarta série e 3,9 para a oitava.
Com as mudanças, no ranking dos Estados, que leva em
conta a rede municipal, estadual e particular, São Paulo
passou da terceira posição, na
quarta série, para a primeira -a
nota passou de 4,9 para 5.
Pernambuco também teve a
nota alterada na oitava série
(de 2,8 para 2,9), mas se manteve no 26º lugar.
Para Reynaldo Fernandes,
presidente do Inep, a mudança
da nota de SP reflete a alteração
da cidade, que concentra mais
de 10% dos alunos do Estado.
Ele atribui o erro inicial ao
fato de a Secretaria Municipal
de Educação ter enviado dados
incorretos, computando alunos
transferidos como reprovados.
O secretário Schneider informou ontem, por meio de sua assessoria, que não iria comentar
as novas notas porque ainda
não havia tido acesso aos dados.
Fernandes diz que situações
como essa devem voltar a ocorrer. "Não tenho esse controle
das escolas; [são] elas que me
informam os dados", diz. "Só na
divulgação, às vezes, as pessoas
acabam percebendo [erros].
Não posso mudar sem uma solicitação formal e sem autorização de quem enviou o dado."
Ele rechaça qualquer semelhança entre esse caso e a divulgação de uma nota errada da rede municipal de São Paulo na
Prova Brasil de 2005. Na época,
o erro colocou a cidade na 21ª
posição em português e na 20ª
em matemática entre as capitais, quando ela estava na 12ª.
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