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RIO
Soldados que procuravam acusados de expulsar da Rocinha um distribuidor do produto foram atacados com bomba caseira
Gás faz PM e tráfico entrarem em conflito
DA SUCURSAL DO RIO
Traficantes da favela da Rocinha (São Conrado, zona sul do
Rio) atiraram na manhã de ontem
uma bomba de fabricação caseira
em policiais militares do 23º Batalhão (Leblon). Não houve feridos.
Os PMs faziam uma operação
na comunidade para tentar capturar os traficantes acusados de
terem expulsado, no último final
de semana, o comerciante Gonçalo Waldemar Evangelista, 47, que
era responsável pela distribuição
de gás na favela. Os policiais também foram atacados a tiros e fogos de artifício quando protegiam
o depósito de gás de Evangelista.
Na operação, foram apreendidos um caminhão de gás que, segundo Evangelista, está sendo
usado pelos traficantes para vender o produto. Quatro depósitos
irregulares de gás foram fechados.
Há 16 anos controlando a venda
de gás na Rocinha, Evangelista foi
atacado no último sábado por traficantes, que saquearam vários
botijões de gás que ele mantinha
em seu depósito, na localidade conhecida como Boiadeiro.
O objetivo dos criminosos, segundo o comerciante, é controlar
a venda de gás na favela. Desde o
ataque, o preço do botijão na favela é R$ 37, segundo Evangelista (o
preço normal é R$ 29).
O comerciante afirmou que,
desde abril, estava impedido de
entrar na Rocinha, onde o tráfico
passou a ser comandado pela facção criminosa ADA (Amigo dos
Amigos). Ele disse que traficantes
o proibiram de circular pela favela
sob alegação de que ele teria financiado a invasão à comunidade
por criminosos ligados ao CV
(Comando Vermelho) durante a
Semana Santa. O comerciante nega o envolvimento, que está sendo
apurado pela polícia.
"Ele [Evangelista] não pode invocar a seu favor uma inocência
que seus antecedentes não o habilitam a ter", disse o chefe da Polícia Civil, delegado Álvaro Lins.
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