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Morador de morro paga ágio de até R$ 11 por botijão
DA SUCURSAL DO RIO
Moradores de favelas do Rio estão sendo obrigados por traficantes de drogas a pagar até R$ 40 pelo botijão de gás, quando o preço
normal do produto é R$ 29.
Segundo relatório do Serviço do
Disque-Denúncia, cujas informações são remetidas à Secretaria
Estadual de Segurança Pública, os
traficantes, independentemente
da facção, passaram a controlar a
venda de gás nas favelas.
Há informações de que traficantes, principalmente os da Rocinha
(São Conrado, zona sul), estariam
controlando também a distribuição de água.
São dois os tipos de esquema.
Em um deles, os traficantes "acertam" com uma distribuidora de
gás e proíbem as outras de entrarem nas comunidades carentes.
A empresa escolhida é obrigada
a pagar um ágio aos traficantes
por botijão vendido. No caso do
morro do Vidigal (zona sul) e na
favela do Batan (oeste), por exemplo, o ágio pode chegar a R$ 11, o
que eleva o preço a R$ 40, segundo analistas do Disque-Denúncia.
O outro esquema é atacar caminhões de gás nas ruas e vender os
botijões em favelas. Neste caso, o
preço é praticamente o mesmo ou
bem próximo do oficial.
É o que aconteceria, por exemplo, na favela do Muquiço (Deodoro, zona oeste), onde os traficantes roubam caminhões de gás
e vendem o produto a R$ 30.
Monopólio
Além de controlar as distribuidoras, os traficantes não permitem que pessoas da comunidade
comprem gás fora da favela.
Quem não respeita a ordem pode
ser morto ou é obrigado a deixar a
comunidade.
Neste ano, a polícia desarticulou
esquemas de distribuição de gás
controlado por traficantes.
Em julho, foi capturado Valério
Santos Pinheiro, 42, que era proprietário de um depósito de gás
que controlava a venda do produto em 12 favelas, entre elas o Jacarezinho (zona norte).
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