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São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003

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NY deu desconto em impostos

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1994, em meio a uma crise de abastecimento, a cidade de Nova York lançou uma política agressiva de incentivos para levar a população a trocar os vasos sanitários. Imóveis residenciais tinham desconto de US$ 240 na conta de água ou em impostos municipais para substituir o primeiro equipamento. Do segundo em diante, o abatimento era de US$ 150 -o mesmo concedido aos imóveis comerciais.
Três anos depois, o resultado da medida virou atração turística: um atol formado por 1,3 milhão de privadas próximo à Estátua da Liberdade, onde foi induzida a ocupação por corais. Do outro lado, a demanda por água caiu 30%.
Os custos do projeto para o governo não ultrapassaram 5% do que se previa então -gastar para buscar novas fontes de água a cerca de 300 km da cidade.
Antes dos norte-americanos, a Cidade do México havia criado, em 1985, uma norma que obrigava a indústria a produzir vasos mais econômicos. Em 1991, a comercialização dos equipamentos que gastavam mais foi proibida, e os estoques, destruídos. A prefeitura passou, então, a fazer a troca dos vasos antigos pelos novos.
O governo da Califórnia (Estado dos EUA que tem sérios problemas de escassez de água) também adotou a redução de impostos para incentivar fabricantes e varejistas a deixar de lado os vasos consumistas. Deu descontos em tributos municipais e estaduais, além de ter feito uma campanha publicitária de convencimento.
No Brasil, sem incentivos, alguns grandes consumidores (empresas, hotéis, shoppings etc.) sentiram no bolso os efeitos da instalação de equipamentos hidráulicos que não desperdiçam.
O retorno na conta de água do investimento com troca de vasos sanitários, colocação de arejadores, limitadores de vazão, torneiras e mictórios automáticos não demora, em geral, seis meses.
A rede Ibis de hotéis, por exemplo, trocou 391 vasos pelos que usam 6,8 litros, colocou o mesmo número de arejadores e de limitadores de vazão. Gastou cerca de R$ 20 mil e poupou, em um ano, R$ 116,3 mil. Só com a colocação de 64 arejadores -que consumiu R$ 627-, a Perdigão teve uma economia anual de R$ 2.614. Já o investimento do grêmio da Escola Politécnica da USP na instalação de torneiras e mictórios automáticos (cerca de R$ 1.800) se pagou em apenas um mês. (MV)


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