|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NY deu desconto em impostos
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 1994, em meio a uma crise
de abastecimento, a cidade de Nova York lançou uma política
agressiva de incentivos para levar
a população a trocar os vasos sanitários. Imóveis residenciais tinham desconto de US$ 240 na
conta de água ou em impostos
municipais para substituir o primeiro equipamento. Do segundo
em diante, o abatimento era de
US$ 150 -o mesmo concedido
aos imóveis comerciais.
Três anos depois, o resultado da
medida virou atração turística:
um atol formado por 1,3 milhão
de privadas próximo à Estátua da
Liberdade, onde foi induzida a
ocupação por corais. Do outro lado, a demanda por água caiu 30%.
Os custos do projeto para o governo não ultrapassaram 5% do
que se previa então -gastar para
buscar novas fontes de água a cerca de 300 km da cidade.
Antes dos norte-americanos, a
Cidade do México havia criado,
em 1985, uma norma que obrigava a indústria a produzir vasos
mais econômicos. Em 1991, a comercialização dos equipamentos
que gastavam mais foi proibida, e
os estoques, destruídos. A prefeitura passou, então, a fazer a troca
dos vasos antigos pelos novos.
O governo da Califórnia (Estado dos EUA que tem sérios problemas de escassez de água) também adotou a redução de impostos para incentivar fabricantes e
varejistas a deixar de lado os vasos
consumistas. Deu descontos em
tributos municipais e estaduais,
além de ter feito uma campanha
publicitária de convencimento.
No Brasil, sem incentivos, alguns grandes consumidores (empresas, hotéis, shoppings etc.)
sentiram no bolso os efeitos da
instalação de equipamentos hidráulicos que não desperdiçam.
O retorno na conta de água do
investimento com troca de vasos
sanitários, colocação de arejadores, limitadores de vazão, torneiras e mictórios automáticos não
demora, em geral, seis meses.
A rede Ibis de hotéis, por exemplo, trocou 391 vasos pelos que
usam 6,8 litros, colocou o mesmo
número de arejadores e de limitadores de vazão. Gastou cerca de
R$ 20 mil e poupou, em um ano,
R$ 116,3 mil. Só com a colocação
de 64 arejadores -que consumiu
R$ 627-, a Perdigão teve uma
economia anual de R$ 2.614. Já o
investimento do grêmio da Escola
Politécnica da USP na instalação
de torneiras e mictórios automáticos (cerca de R$ 1.800) se pagou
em apenas um mês.
(MV)
Texto Anterior: Abastecimento: Troca de vaso é arma contra racionamento Próximo Texto: Cinco cidades já vivem o rodízio Índice
|