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Jardim Paulista abriga carioca e gaúcho
da Reportagem Local
Os migrantes dos Estados com
economia mais forte procuram
em São Paulo os bairros com melhor qualidade de vida. Essa é
uma das conclusões do levantamento de Kazuo Nakano.
Exemplo disso pode ser conferido no Jardim Paulista (zona sudoeste), um dos bairros com
maior qualidade de vida na capital. A região é a preferida de cariocas, gaúchos, catarinenses, estrangeiros e sul-matogrossenses
que trocam o Estado natal por SP.
O urbanista Nabil Bonduki dá
uma explicação econômica "Há
muita oportunidade de emprego
nesses Estados. Para trocar a cidade natal por São Paulo, é necessário haver uma proposta de trabalho muito melhor, com uma boa
remuneração que permita morar
em um bairro nobre", teoriza.
É o que ocorreu com o arquiteto
Renato Pedreira, 29, que trocou o
Rio de Janeiro por São Paulo motivado por um oferta de emprego
com um salário 50% maior. "Para
compensar a mudança, aluguei
um apartamento no Jardim Paulista, que é um bairro legal, cheio
de restaurantes e cinemas."
Tanaka destaca também que há
uma rede de amizade e de empregos entre os migrantes que buscam a região dos Jardins. Ele concluiu que um carioca que consegue ter sucesso em São Paulo busca outros cariocas para trabalhar
em conjunto. Um gaúcho que
abre um negócio contrata outros
gaúchos para auxiliá-lo.
A churrascaria Vento Haragano, na avenida Rebouças, mostra
a teoria na prática. Dos 47 funcionários, 45 são do Rio Grande do
Sul e de Santa Catarina. O gerente
do restaurante, Giovanni Laste,
24, gaúcho de Nova Brescia, explica que sempre que abre uma nova
vaga de churrasqueiro ou garçom, procura um conterrâneo.
"Já trouxe três irmãos, um primo e vários amigos de Nova Brescia e de outras cidades do Sul. É
melhor trabalhar com os gaúchos
e catarinenses, que são conhecidos meus e sabem trabalhar com
churrasco", afirma Laste.
Além da Vento Haragano, há
outras três churrascarias rodízio
na Rebouças, todas com mão-de-obra do sul. Os sulistas também
formam boa parte da clientela.
"Todo dia tem gaúcho e catarinense matando saudade da comida da região", declara Laste.
(OC)
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