São Paulo, Domingo, 23 de Janeiro de 2000


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Jardim Paulista abriga carioca e gaúcho

da Reportagem Local

Os migrantes dos Estados com economia mais forte procuram em São Paulo os bairros com melhor qualidade de vida. Essa é uma das conclusões do levantamento de Kazuo Nakano.
Exemplo disso pode ser conferido no Jardim Paulista (zona sudoeste), um dos bairros com maior qualidade de vida na capital. A região é a preferida de cariocas, gaúchos, catarinenses, estrangeiros e sul-matogrossenses que trocam o Estado natal por SP.
O urbanista Nabil Bonduki dá uma explicação econômica "Há muita oportunidade de emprego nesses Estados. Para trocar a cidade natal por São Paulo, é necessário haver uma proposta de trabalho muito melhor, com uma boa remuneração que permita morar em um bairro nobre", teoriza.
É o que ocorreu com o arquiteto Renato Pedreira, 29, que trocou o Rio de Janeiro por São Paulo motivado por um oferta de emprego com um salário 50% maior. "Para compensar a mudança, aluguei um apartamento no Jardim Paulista, que é um bairro legal, cheio de restaurantes e cinemas."
Tanaka destaca também que há uma rede de amizade e de empregos entre os migrantes que buscam a região dos Jardins. Ele concluiu que um carioca que consegue ter sucesso em São Paulo busca outros cariocas para trabalhar em conjunto. Um gaúcho que abre um negócio contrata outros gaúchos para auxiliá-lo.
A churrascaria Vento Haragano, na avenida Rebouças, mostra a teoria na prática. Dos 47 funcionários, 45 são do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O gerente do restaurante, Giovanni Laste, 24, gaúcho de Nova Brescia, explica que sempre que abre uma nova vaga de churrasqueiro ou garçom, procura um conterrâneo.
"Já trouxe três irmãos, um primo e vários amigos de Nova Brescia e de outras cidades do Sul. É melhor trabalhar com os gaúchos e catarinenses, que são conhecidos meus e sabem trabalhar com churrasco", afirma Laste.
Além da Vento Haragano, há outras três churrascarias rodízio na Rebouças, todas com mão-de-obra do sul. Os sulistas também formam boa parte da clientela. "Todo dia tem gaúcho e catarinense matando saudade da comida da região", declara Laste. (OC)



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