|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Maiores comunidades na cidade são de Portugal, Itália e Japão
Imigrantes legais representam 5% da população
da Reportagem Local
Pelo menos 5% da população da
cidade de São Paulo é composta
de imigrantes. Levantamento feito pela Polícia Federal aponta que
há 520 mil pessoas nascidas em
outros países residindo legalmente na cidade.
Os dados da Polícia Federal
mostram que há na cidade de São
Paulo 46 comunidades estrangeiras com mais de cem imigrantes.
O número, na verdade, pode ser
bem maior devido à grande quantidade de imigrantes ilegais que
vivem na capital. Segundo a PF,
mesmo depois da anistia concedida no ano passado, há a estimativa de que entre 50 e 100 mil clandestinos vivam em São Paulo.
As maiores comunidades ilegais
são as de coreanos e bolivianos,
de acordo com a PF, que faz a estimativa baseada no número de
clandestinos presos. O próprio
consulado da Coréia do Sul admite que o número de coreanos na
cidade deve ser três vezes maior
do que os 17.575 legalizados.
Entre os imigrantes legalizados,
a maior comunidade é a portuguesa. Pelos dados da PF, há no
Estado 154.624 lusitanos, sendo
que pelo menos 90% deles moram na capital. O Consulado de
Portugal em São Paulo afirma que
eles estão espalhados por todas as
regiões da cidade.
"Onde você vê uma padaria ou
um posto de gasolina, pode ter
certeza que tem um português",
exemplificou João Garcia, funcionário do consulado.
Uma grande concentração de
portugueses habita os bairros da
zona norte, como Santana, Casa
Verde e Mandaqui, e da região
central, como o Canindé, onde fica o estádio da Lusa e a Portuguesa de Desportos, maior reduto lusitano em São Paulo.
A demógrafa histórica Maria
Luiza Marcílio, professora do Departamento de História da USP,
explica que a maioria desses portugueses chegou antes da década
de 60 e nunca se naturalizou, porque já tem os mesmos direitos do
cidadão brasileiro. "A chegada de
europeus depois da década de 60
é insignificante. Há muito mais
brasileiros indo para a Europa do
que europeus chegando ao Brasil", constatou.
A segunda maior concentração
de estrangeiros é a japonesa, com
91 mil pessoas no Estado e cerca
de 75 mil na capital. Diferentemente do que se imagina, a Liberdade não é o bairro com mais japoneses. A liderança fica com o
Jardim da Saúde, bairro na zona
sudeste, próximo à rodovia dos
Imigrantes. "O japonês tem comércio na Liberdade, mas mora
na Saúde e na Aclimação", explicou Yoshio Kita, morador do Jardim da Saúde.
Os italianos formam a terceira
maior comunidade estrangeira
no Brasil, com cerca de 50 mil
pessoas. Eles também estão presentes em todas as regiões, mas os
imigrantes mais antigos criaram
raízes na Bela Vista (região central), bairro tomado por cantinas
e pizzarias italianas.
Completando os cinco primeiros postos no ranking dos imigrantes, encontram-se espanhóis
e chineses. Os primeiros, com 45
mil habitantes em São Paulo, têm
características semelhantes aos
portugueses: estão espalhados
por vários bairros e chegaram a
São Paulo antes da década de 60.
Já os chineses chegaram em
grande parte após a segunda
guerra. Continuam chegando até
hoje, e, como os japoneses, têm
comércio na região da Liberdade
e moram em diversos bairros, como Aclimação e Cambuci.
(OTÁVIO CABRAL)
Texto Anterior: Comunidade nordestina vai à zona sul Próximo Texto: Migrantes passam a ser "exportados" na década de 90 Índice
|