da Reportagem Local

"Sempre olhe para o lado positivo da vida." Esse é o lema dos membros da série televisiva britânica Monty Python. Essa também é a fórmula para aqueles que querem evitar o estresse, ou tirar proveito dele.
"É importante ter uma percepção positiva da situação", diz José Roberto Leite, professor-adjunto de psicobiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). "Não adianta reagir negativamente. Isso não ajuda."
Como sempre, há coisas que são mais fáceis falar do que fazer. Afinal, como encontrar um lado positivo para o trânsito caótico da capital paulistana?
"Primeiro, é recomendado evitar o engarrafamento. Agora, se a situação já estiver instalada, não adianta agir negativamente", diz Leite. Ele recomenda ouvir músicas agradáveis e procurar usar o tempo pensando em outras coisas, como o trabalho, ou até mesmo qual será o cardápio do jantar.
Leite explica que as pessoas tendem a dramatizar as situações inevitáveis, transformando-as em catástrofes.
Em vez de simplesmente se conformar com a situação, é importante aprender a lidar com o que está acontecendo. "A pessoa vai se fortalecendo e ficando menos sensível à cidade", afirma.
Ele explica que é importante tentar mudar a percepção da pessoa. Se não há como reagir, então procure formas de aproveitar a situação. "Dessa forma, a pessoa vai encontrando o caminho das pedras e evitando o estresse negativo", diz. "A visão positiva da situação é fundamental."
Para ele, o estresse deve ser encarado com um desafio. "Dessa forma, se consegue viver melhor, sempre tentando superar os limites e vencer os desafios."

Sobrevivência
Aprender a lidar com o estresse é um fator de sobrevivência para os que moram em regiões cosmopolitas. O estresse pode fazer parte do cotidiano de qualquer um. Em termos técnicos, o estresse representa qualquer reação, psicológica ou física, a um estímulo, seja esse ambiental ou psicológico.
O estímulo manda um alerta para o cérebro que, por sua vez, desencadeia uma série de reações fisiológicas e psicológicas. Os sintomas mais comuns são taquicardia, ansiedade e insônia passageiros, que duram alguns dias.
Segundo Alexandrina Meleiro, do Instituto de Psiquiatria da USP, esses sintomas são uma forma de liberar a tensão e, por isso, não devem ser interpretados negativamente. "Depois dessas reações, a pessoa melhora", diz.
No entanto, se os sintomas perduram, o estresse passa a ser um ponto negativo. Em pessoas que têm predisposição para doenças, o estresse pode causar problemas gástricos, como gastrite, ou cardíacos. Nesse caso, é importante consultar um médico.
Situações como trânsito congestionado ou excesso de filas podem ser causas de estresse, mas tudo depende do temperamento de cada indivíduo, diz Luiz Antonio Machado César, diretor da unidade de doenças coronárias crônicas do Incor. Ele afirma que estresse é a resposta individual a uma série de estímulos. "O estresse de viver na cidade grande pode ser modificado. A sua intensidade depende da pessoa."
Tanto a pressão quanto a frequência cardíaca sofrem alterações em situações estressantes. Segundo especialistas, alterações esporádicas são normais, o problema é quando se tornam crônicas, ocorrendo por tempo prolongado. (GS e APG)


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