São Paulo, sábado, 23 de fevereiro de 2002

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CULTURA

Espaço havia sido embargado pelo patrimônio histórico

Teatro polêmico entra em cena

LIANE FACCIO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Fica a 300 metros do centro histórico de São Sebastião a obra mais interessante e mais polêmica da cidade. Depois de dez anos de discussão, finalmente foi inaugurado na temporada de verão o teatro municipal da cidade.
No mês de janeiro, o mais movimentado, a casa foi palco para cinco apresentações artísticas. Cinco noites de 31 possíveis ainda é pouco, e essa conta mostra que a novela em torno de seu funcionamento ganha agora outro enredo: a frequência de sua utilização.
A prefeitura promete combater a subutilização constatada na alta temporada com a criação de uma fundação cultural.
O teatro começou a ser construído em 1991, mas a obra foi embargada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat).
Como o teatro está situado na faixa de 300 metros em torno do conjunto de casarios que forma o centro histórico, sua construção deveria ter autorização do Condephaat. Não teve. Outra lei, esta de âmbito municipal, estabelece que nenhuma construção na área urbana tenha mais de nove metros de altura. A obra original subia a 19 metros do solo.
A presidente do Movimento de Preservação de São Sebastião, Nyelse Eliane Trench Martins, lembra de quando o Estado foi notificado. "Queríamos que o prefeito, que é o responsável por liberar obras na cidade, desse o bom exemplo", afirma Nyelse.
"Melhor ter um teatro com metros acima do permitido do que não ter nada", era o argumento da diretora de teatro Teresa Aguiar, a favor do fim do embargo.
O fim do impasse foi consensual. Os dois lados cederam, e a altura do edifício foi reduzida para 12 metros. Nem assim o teatro deixou de ser palco de disputas. Foi inaugurado duas vezes. A primeira, no fim da gestão do prefeito João Siqueira (97/2000). O atual prefeito, Paulo Julião (PSDB), interditou o espaço, complementou a obra e reinaugurou a casa em setembro passado.


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