|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CULTURA
Espaço havia sido embargado pelo patrimônio histórico
Teatro polêmico entra em cena
LIANE FACCIO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Fica a 300 metros do centro histórico de São Sebastião a obra
mais interessante e mais polêmica
da cidade. Depois de dez anos de
discussão, finalmente foi inaugurado na temporada de verão o teatro municipal da cidade.
No mês de janeiro, o mais movimentado, a casa foi palco para
cinco apresentações artísticas.
Cinco noites de 31 possíveis ainda
é pouco, e essa conta mostra que a
novela em torno de seu funcionamento ganha agora outro enredo:
a frequência de sua utilização.
A prefeitura promete combater
a subutilização constatada na alta
temporada com a criação de uma
fundação cultural.
O teatro começou a ser construído em 1991, mas a obra foi embargada pelo Conselho de Defesa
do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
do Estado (Condephaat).
Como o teatro está situado na
faixa de 300 metros em torno do
conjunto de casarios que forma o
centro histórico, sua construção
deveria ter autorização do Condephaat. Não teve. Outra lei, esta de
âmbito municipal, estabelece que
nenhuma construção na área urbana tenha mais de nove metros
de altura. A obra original subia a
19 metros do solo.
A presidente do Movimento de
Preservação de São Sebastião,
Nyelse Eliane Trench Martins,
lembra de quando o Estado foi
notificado. "Queríamos que o
prefeito, que é o responsável por
liberar obras na cidade, desse o
bom exemplo", afirma Nyelse.
"Melhor ter um teatro com metros acima do permitido do que
não ter nada", era o argumento da
diretora de teatro Teresa Aguiar, a
favor do fim do embargo.
O fim do impasse foi consensual. Os dois lados cederam, e a altura do edifício foi reduzida para
12 metros. Nem assim o teatro
deixou de ser palco de disputas.
Foi inaugurado duas vezes. A primeira, no fim da gestão do prefeito João Siqueira (97/2000). O atual
prefeito, Paulo Julião (PSDB), interditou o espaço, complementou
a obra e reinaugurou a casa em setembro passado.
Texto Anterior: FOLHA PRAIA Norte: Arquitetura e ruínas recontam história Próximo Texto: Baixada: Estratégica, região concentra fortalezas Índice
|