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Conselho da PUC repudia relação de demitidos
DA REPORTAGEM LOCAL
O Conselho Universitário da
PUC-SP, principal órgão da instituição, decidiu ontem se posicionar contrário à lista de demissão
de 322 professores e 114 funcionários, feita por representantes da
Igreja Católica na Fundação São
Paulo (mantenedora da universidade). Também foi aprovado um
pedido de revogação do corte.
Como as demissões não foram
feitas pela reitoria, a medida só
pode ser revertida pela própria
Arquidiocese de São Paulo.
Os cortes aconteceram para que
a PUC conseguisse acabar com
um déficit mensal de R$ 4 milhões
-uma exigência dos bancos,
com quem a universidade tem
uma dívida de R$ 82 milhões. Inicialmente, a reitoria negociou o
corte com todos os departamentos. Com esse processo, chegou-se a uma economia de R$ 3,1 milhões por mês (78% da meta).
Os bancos não aceitaram e, com
isso, o ajuste final ficou a cargo da
Arquidiocese de São Paulo. Para
isso, a composição da Fundação
São Paulo (mantenedora da PUC)
foi alterada para que a reitora,
Maura Véras, fosse voto vencido,
e o poder ficasse nas mãos de dois
padres. A mudança foi ordenada
por dom Cláudio Hummes, que
ocupa os principais cargos da universidade e da fundação -a igreja é fiadora da dívida bancária.
Na última quinta-feira, a lista de
demissões foi apresentada à reitora. Ela disse que não concordou
com o documento porque não
houve discussão na instituição
para se chegar àqueles nomes.
Mesmo assim, a lista foi mantida, medida repudiada ontem pelo
Conselho Universitário, formado
por professores, funcionários e
alunos e presidido pela reitora.
No total, a PUC perdeu 30% dos
professores e funcionários.
Ontem, a Apropuc (associação
dos docentes) estudava a possibilidade de entrar na Justiça para reverter as demissões, pois o processo teria ferido o estatuto da
universidade -que diz que essas
decisões precisam passar pelo
Conselho Universitário.
(FT)
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