São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

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Conselho da PUC repudia relação de demitidos

DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho Universitário da PUC-SP, principal órgão da instituição, decidiu ontem se posicionar contrário à lista de demissão de 322 professores e 114 funcionários, feita por representantes da Igreja Católica na Fundação São Paulo (mantenedora da universidade). Também foi aprovado um pedido de revogação do corte.
Como as demissões não foram feitas pela reitoria, a medida só pode ser revertida pela própria Arquidiocese de São Paulo.
Os cortes aconteceram para que a PUC conseguisse acabar com um déficit mensal de R$ 4 milhões -uma exigência dos bancos, com quem a universidade tem uma dívida de R$ 82 milhões. Inicialmente, a reitoria negociou o corte com todos os departamentos. Com esse processo, chegou-se a uma economia de R$ 3,1 milhões por mês (78% da meta).
Os bancos não aceitaram e, com isso, o ajuste final ficou a cargo da Arquidiocese de São Paulo. Para isso, a composição da Fundação São Paulo (mantenedora da PUC) foi alterada para que a reitora, Maura Véras, fosse voto vencido, e o poder ficasse nas mãos de dois padres. A mudança foi ordenada por dom Cláudio Hummes, que ocupa os principais cargos da universidade e da fundação -a igreja é fiadora da dívida bancária.
Na última quinta-feira, a lista de demissões foi apresentada à reitora. Ela disse que não concordou com o documento porque não houve discussão na instituição para se chegar àqueles nomes.
Mesmo assim, a lista foi mantida, medida repudiada ontem pelo Conselho Universitário, formado por professores, funcionários e alunos e presidido pela reitora. No total, a PUC perdeu 30% dos professores e funcionários.
Ontem, a Apropuc (associação dos docentes) estudava a possibilidade de entrar na Justiça para reverter as demissões, pois o processo teria ferido o estatuto da universidade -que diz que essas decisões precisam passar pelo Conselho Universitário. (FT)


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