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Moradores do Alemão protestam por paz antes de Lula iniciar obras do PAC
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
"Presidente Lula, queremos o PAC, não guerra. Precisamos de paz." Esta é uma das
faixas que a equipe precursora da Presidência da República viu ontem ao visitar o complexo do Alemão (zona norte
do Rio), onde Lula deverá iniciar as obras do Programa de
Aceleração do Crescimento
em 7 de março.
Outra dizia: "O Complexo
do Alemão não é o Iraque.
Queremos a paz e o PAC".
As faixas foram postas pela
Associação de Moradores da
Grota na entrada da favela, a
mais atingida do complexo
pelas ações policiais iniciadas
em 2007 -em 27 de junho, na
maior operação, 19 pessoas
morreram. A Força Nacional
permanece na comunidade.
A equipe foi à quadra da Canitá, no alto da Grota, mas
saiu mais propensa a escolher
como local da cerimônia o
largo do Itararé, na entrada
da favela. "O acesso é mais fácil e cabem mais pessoas. Mas
não há problemas de segurança. O trabalho que estamos fazendo aqui faríamos
também para um evento na
av. Paulista", disse Fátima do
Carmo, assessora da Secretaria-Geral da Presidência.
Ela e agentes de segurança
também estiveram ontem na
Rocinha (zona sul) e em Manguinhos (zona norte), as outras favelas do Rio em que estão previstas obras do PAC.
Em ambas, Lula não deverá ir
até o miolo. "Ainda não sabemos se o presidente terá espaço na agenda para ir às três
favelas no dia 7." Lula estará
no Rio dias 7 e 8 também para
cerimônias dos 200 anos da
chegada da família real.
Segundo o presidente da
Associação de Moradores da
Grota, Wagner Nicácio, desde
a operação de junho passado
não há conflitos na favela.
Mesmo assim, lideranças comunitárias têm atuado junto
ao governo do Estado e até a
representantes do tráfico para garantir que as obras aconteçam em paz.
"Numa hora, a gente lê na
imprensa que a Força Nacional vai invadir o Alemão. Depois, é a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Exército, a Marinha... Já estou com medo de
vir o FBI. Esse clima é uma
ameaça para nós. Parece que
vivem 200 mil bandidos
aqui", afirmou Nicácio.
O programa prevê obras de
saneamento, urbanização,
construção de escolas, postos
de saúde, áreas de lazer e um
teleférico.
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