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JUSTIÇA
Objetivo é ampliar benefício a presos
SP retoma punições alternativas
ALESSANDRO SILVA
da Reportagem Local
O governo do Estado de São
Paulo pretende começar a reativar em um mês 1.958 vagas para
condenados que podem ser beneficiados com penas alternativas.
Hoje, somente 299 pessoas
prestam serviço em órgãos públicos, apesar da oferta disponível de
2.257 vagas na Grande São Paulo.
O restante ficava ocioso.
O aumento previsto é resultado
de parceria da Secretaria da Administração Penitenciária com a
Fundação Instituto de Administração da USP (Universidade de
São Paulo), que será fechada hoje.
""Para existir a pena, é preciso
haver fiscalização, o que não tínhamos em número suficiente",
diz o secretário da Administração
Penitenciária, Nagashi Furukawa.
A fundação ficará responsável
por montar e treinar 20 equipes,
chefiadas por assistentes sociais e
psicólogos. Cada uma delas, composta de três pessoas, irá monitorar a aplicação da pena em um
grupo de até cem presos.
Também vão assessorar os condenados a produzir relatórios periódicos para a Justiça.
Apenas uma das equipes irá
atuar no interior, em Rio Claro
(175 km de São Paulo). Se der certo, o projeto será ampliado no ano
que vem para outros municípios.
Por enquanto, o Estado não
possui uma estimativa de quantas
pessoas serão beneficiadas com a
medida. No ano passado, apenas
0,4% (183 casos) da população
carcerária paulista (85 mil) conseguiu trocar a cadeia pela prestação de serviços em liberdade.
A medida, que substitui a prisão, é restrita aos réus primários e
que cometeram crimes brandos,
com pena inferior a quatro anos.
Condenados por estupro, tráfico
de drogas e roubo, por exemplo,
ficam de fora do benefício.
Segundo Furukawa, as vagas serão ocupadas gradativamente.
Cada preso prestador de serviço
irá custar ao Estado cerca de R$ 50
por mês. Se ele estivesse atrás das
grades, o gasto seria de R$ 700.
Ter as vagas é um dos caminhos, mas não a solução para a
superlotação das prisões, segundo o juiz Edison Brandão, da 5ª
Vara Criminal de São Paulo.
""Os juízes precisam ser envolvidos nesse processo, para conheceram a oferta, e é preciso dar
acompanhamento psicológico ao
condenado", afirma.
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