São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2000


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Caminho por terra é festival de buracos

da Reportagem Local

Se os céus de São Paulo ficarão congestionados no domingo de F-1, os caminhos por terra para o autódromo de Interlagos, como ocorre todos os anos, estarão insuportáveis para os motoristas. No entanto, com paciência o torcedor de Rubens Barrichello e sua Ferrari chega lá.
Mas, na remota possibilidade de o fã de Barrichello for também o proprietário de uma Ferrari e quiser comparecer com sua possante máquina à corrida, dificilmente alcançará o autódromo.
Se alcançar, na volta o carro -que tem apenas entre 10 cm e 13 cm de altura em relação ao solo- provavelmente deverá seguir direto para a oficina, vítima dos buracos, remendos e irregularidades do asfalto nas ruas que levam ao autódromo.

Malabarismo
No roteiro percorrido pela Folha -o caminho mais tradicional para o autódromo, a partir do bairro dos Jardins, via aeroporto de Congonhas -, as dificuldades já começam na rua mesma em que está instalada a loja da Ferrari, a Via Europa.
Saindo da loja e seguindo a avenida Europa em direção à avenida Brasil, a buraqueira aparece logo na altura da rua Groenlândia. Trata-se apenas de uma amostra, porém. Porque, dali para a frente, o ferrarista ainda vai sofrer muito, assim como sofrem diariamente todos os motoristas que são obrigados a fazer esse trajeto.
Como ocorre com a maior parte das ruas da cidade, onde o asfalto não está com buracos, há remendos velhos ou consertos recentes que apresentam irregularidades.
É assim, por exemplo, na avenida Brasil, contorno do Ibirapuera ou avenida Rubem Berta.
Na sequência do caminho para o autódromo, a coisa se complica. A ondulação do asfalto na avenida Washington Luiz, por exemplo, é de mexer com os nervos de qualquer motorista -que dirá dos do piloto de uma Ferrari de passeio, que, dali até a avenida Interlagos, também deverá fazer muito malabarismo ao volante para evitar os buracos.
Se cair, por exemplo, naquele que existe na ponte sobre a avenida Água Espraiada -e isso aconteceria com qualquer automóvel-, provavelmente teria de dar adeus a suspensão, roda, barra de direção...
Na prova de obstáculos que vem a seguir, a maior ocorrência é de remendos tenebrosos e ondulações na pista -como na altura da rua Pirandello ou próximo à avenida Cupecê.
Mas nada se compara ao que ocorre depois que a Washington Luiz torna-se avenida Interlagos.
Aí sim a situação fica séria: são buraquinhos, buracos e buracões, como o que há em frente ao número 2.068, numa sequência de dois quarteirões inteiros, até a avenida Nações Unidas.
No trecho final da aventura até o autódromo, há uma profusão de remendos, estrias, faixas de trânsito apagadas, sujeira e guias quebradas, para desespero não apenas do eventual ferrarista, mas de qualquer motorista que circular por ali. (LUIZ CAVERSAN)


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