|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Caminho por terra é festival de buracos
da Reportagem Local
Se os céus de São Paulo ficarão
congestionados no domingo de
F-1, os caminhos por terra para o
autódromo de Interlagos, como
ocorre todos os anos, estarão insuportáveis para os motoristas.
No entanto, com paciência o torcedor de Rubens Barrichello e sua
Ferrari chega lá.
Mas, na remota possibilidade de
o fã de Barrichello for também o
proprietário de uma Ferrari e quiser comparecer com sua possante
máquina à corrida, dificilmente
alcançará o autódromo.
Se alcançar, na volta o carro
-que tem apenas entre 10 cm e
13 cm de altura em relação ao solo- provavelmente deverá seguir
direto para a oficina, vítima dos
buracos, remendos e irregularidades do asfalto nas ruas que levam ao autódromo.
Malabarismo
No roteiro percorrido pela Folha -o caminho mais tradicional
para o autódromo, a partir do
bairro dos Jardins, via aeroporto
de Congonhas -, as dificuldades
já começam na rua mesma em
que está instalada a loja da Ferrari, a Via Europa.
Saindo da loja e seguindo a avenida Europa em direção à avenida
Brasil, a buraqueira aparece logo
na altura da rua Groenlândia.
Trata-se apenas de uma amostra,
porém. Porque, dali para a frente,
o ferrarista ainda vai sofrer muito,
assim como sofrem diariamente
todos os motoristas que são obrigados a fazer esse trajeto.
Como ocorre com a maior parte
das ruas da cidade, onde o asfalto
não está com buracos, há remendos velhos ou consertos recentes
que apresentam irregularidades.
É assim, por exemplo, na avenida Brasil, contorno do Ibirapuera
ou avenida Rubem Berta.
Na sequência do caminho para
o autódromo, a coisa se complica.
A ondulação do asfalto na avenida Washington Luiz, por exemplo, é de mexer com os nervos de
qualquer motorista -que dirá
dos do piloto de uma Ferrari de
passeio, que, dali até a avenida Interlagos, também deverá fazer
muito malabarismo ao volante
para evitar os buracos.
Se cair, por exemplo, naquele
que existe na ponte sobre a avenida Água Espraiada -e isso aconteceria com qualquer automóvel-, provavelmente teria de dar
adeus a suspensão, roda, barra de
direção...
Na prova de obstáculos que
vem a seguir, a maior ocorrência é
de remendos tenebrosos e ondulações na pista -como na altura
da rua Pirandello ou próximo à
avenida Cupecê.
Mas nada se compara ao que
ocorre depois que a Washington
Luiz torna-se avenida Interlagos.
Aí sim a situação fica séria: são
buraquinhos, buracos e buracões,
como o que há em frente ao número 2.068, numa sequência de
dois quarteirões inteiros, até a
avenida Nações Unidas.
No trecho final da aventura até
o autódromo, há uma profusão
de remendos, estrias, faixas de
trânsito apagadas, sujeira e guias
quebradas, para desespero não
apenas do eventual ferrarista, mas
de qualquer motorista que circular por ali.
(LUIZ CAVERSAN)
Texto Anterior: Vôo custa pelo menos US$ 350 Próximo Texto: Patrimônio: Recuperada estatueta roubada em Mariana Índice
|