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EDUCAÇÃO
Particulares reclamam de critério
Universidades públicas se auto-avaliam
ADRIANA SOUZA SILVA
da Reportagem Local
O Conselho Estadual de Educação (CEE) de São Paulo aprovou
ontem uma deliberação que permite às universidades, às autarquias e aos institutos de ensino estaduais e municipais a fazer uma
auto-avaliação sobre suas condições de oferta (instalações, corpo
docente e projeto pedagógico).
Se for homologada pela Secretaria de Estado da Educação, essa
medida permitirá que a USP, Unicamp, Unesp e Unitau elaborem
metodologias próprias para serem avaliadas.
"As instituições precisam exercitar a autocrítica", diz o presidente do Conselho, Arthur Fonseca Filho.
Segundo ele, a medida é eficiente, por levar em conta as culturas
diferentes de cada universidade.
"Não podemos medir a qualidade
do curso porque ele tem dois ou
três laboratórios ou pela metragem das salas", afirma.
Fonseca Filho afirma que as
universidades não usarão a medida para ocultar problemas. "Partimos do princípio de que ninguém se aproveitará da auto-avaliação com interesses escusos".
Para um maior controle por
parte do conselho, as universidades terão de elaborar uma análise
que inclua os seguintes campos:
alunos (graduação e pós-graduação); professores (docência e pesquisa); gestão acadêmica, administrativa e financeira; programas
de extensão e prestação de serviços; produção científica e cultural.
Além desses critérios, ficou estabelecido que, após a publicação
da deliberação no "Diário Oficial"
do Estado, as instituições terão
um prazo de um ano para levar ao
conselho o plano geral de como
será a avaliação interna.
Os primeiros resultados no
cumprimento das metas estabelecidas deverão ser apresentados
depois de três anos ao CEE.
Só a partir do quinto ano a avaliação interna será encaminhada à
comissão formada por especialistas nas áreas correspondentes.
Repercussão
Para o reitor da Universidade
Brás Cubas, Maurício Chermann,
presidente da Anup (Associação
Nacional das Universidades Particulares), a auto-avaliação poderia ser adotada pelo MEC (Ministério da Educação) na análise das
demais instituições.
"Nós também gostaríamos de
ser avaliados dessa maneira. Mas
nunca propusemos isso ao ministério porque sabemos que jamais
seria aceito", diz.
Chermann afirma que as entidades filiadas ao Crub (Conselho
dos Reitores das Universidades
do Brasil) já realizam uma análise
interna de seus cursos. "O resultado disso não é levado em conta
pelo MEC, mas nos ajuda a conhecer nossas falhas."
O coordenador do curso de jornalismo da PUC-SP, Enio Lucciola, discorda que a auto-avaliação
tenha de ser uma regra para todas
as instituições.
A PUC-SP solicitou ao ministério a revisão da avaliação do curso
de jornalismo, que recebeu duas
notas "insuficientes" e uma "regular" na visita dos especialistas
do MEC.
"A análise do MEC é necessária.
Ela só precisa ser aprimorada. Se
todo mundo puder se avaliar, vai
ter curso tirando nota 11", diz.
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