São Paulo, segunda-feira, 23 de abril de 2007

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Metrô e ônibus vão atrasar saída hoje

Metroviários e condutores prometiam protesto que prejudicaria os deslocamentos na capital paulista logo pela manhã

Kassab diz não trabalhar com hipótese de greve dos coletivos e mantém rodízio; decisão pode mudar hoje se houver transtornos

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma paralisação prometida por metroviários e por motoristas de ônibus de São Paulo deverá atrasar os deslocamentos dos paulistanos nas primeiras horas da manhã de hoje.
O sindicato dos empregados do Metrô dizia que retardaria das 4h30 para as 6h30 a abertura de todas as estações. O dos condutores ameaçava postergar a partida dos coletivos das garagens das 3h30 para as 6h.
A tendência é que haja um efeito cascata e que os serviços do transporte sejam prejudicados em boa parte da manhã.
Os microônibus operados pelas cooperativas de perueiros não deverão ser afetados.
O prefeito Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL) minimizou ontem a possibilidade de paralisação dos ônibus e disse que, por isso, não cogitava a suspensão do rodízio de veículos.
Kassab afirmou ter feito a avaliação após contatos da prefeitura com as viações, reforçando a obrigação de elas colocarem a frota nas ruas. Os sindicalistas diziam, porém, que a paralisação estava mantida.
"Acredito que, em relação às empresas concessionárias [empresas de ônibus] e permissionárias [perueiros], não deve haver [paralisação]. Até porque não estamos trabalhando com essa hipótese, não se cogita a suspensão do rodízio. O que podemos afirmar é que, até devido à hipótese de haver a greve no metrô, a CET estará na rua desde as primeiras horas da manhã", declarou Kassab.
A prefeitura não divulgou nenhum plano de emergência. Mas os técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) reconheciam que, se houver transtornos, a suspensão do rodízio pode ser anunciada hoje.
A assessoria de imprensa do Metrô diz que a operação da CPTM deve ser reforçada.
O ato prometido por metroviários e condutores está ligado a uma mobilização das centrais sindicais contra a eventual derrubada pelo Congresso do veto do presidente Lula à emenda 3.
A medida estabelece que só cabe à Justiça, e não a auditores fiscais, decidir se um contrato de prestação de serviço encobre uma relação trabalhista.
Os defensores da emenda 3 dizem que a intenção é garantir a segurança de contratos livremente negociados entre as partes. Os críticos a consideram como um favorecimento para que os empregadores contratem sem registro em carteira.
Os metroviários e condutores devem também participar hoje de um ato às 5h com diversas entidades sindicais na estação Corinthians-Itaquera da linha 3-vermelha do Metrô.
O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou que 80% dos trens sejam mantidos a partir das 4h30 e 100% da frota depois das 6h -sob pena de responsabilidade civil e penal e multa de R$ 100 mil por dia. Os metroviários, mesmo assim, confirmavam a paralisação.
O metrô transporta quase 3 milhões de pessoas por dia. Os ônibus, mais de 4,5 milhões.
Para saber mais sobre a paralisação ou eventual suspensão do rodízio, ligue para 156.


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