São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2008

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entrevista

Magistrado diz que Justiça deve sair da "mesmice"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Para o juiz federal Mário Azevedo Jambo, a decisão que condicionou a liberação de jovens acusados à leitura de clássicos da literatura é uma forma de o Judiciário sair da "mesmice".

 

FOLHA - Por que o sr. condicionou a leitura de obras literárias para três dos oito acusados liberados na Operação Colossus?
MÁRIO AZEVEDO JAMBO -
Procurei ser proporcional em relação aos outros que soltei. Como eles [os três jovens] já tinham passagem [pela Justiça], fui mais rígido, levando em conta que os crimes não têm violência nem grave ameaça, e o tempo em que eles já estavam presos, cerca de nove meses.

FOLHA - Por que obras de Guimarães Rosa e Graciliano Ramos?
JAMBO -
O Judiciário não pode ficar na mesmice. O que percebo é que essas pessoas acabam voltando [ao crime]. Temos que criar mecanismos que permitam uma reflexão aos acusados. E por que as obras? Elas têm vínculo com o crime em si. Eles não são pobres. Nada como ler um "Vidas Secas" para perceber o que é vida dura.


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