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Peralta receberia um quarto do valor do resgate
DA REPORTAGEM LOCAL
O preso Ednard Fulvio Barbosa
Peralta, 22, receberia um quarto
do valor do resgate -cerca de R$
6.000- como pagamento por ter
orientado o trabalho da quadrilha, por telefone celular, de dentro
da Penitenciária do Estado, no
complexo do Carandiru.
Segundo o delegado Eduardo
Camargo Lima, da 2ª Delegacia da
DAS (Divisão Anti-Sequestro),
ainda não se sabe se Peralta foi o
mentor do sequestro e se participou da escolha da vítima.
"Por enquanto, o que se avalia é
que ele coordenou o serviço operacional da quadrilha", afirmou o
delegado da DAS.
A polícia acredita nisso porque
as três pessoas presas ontem não
tinham antecedentes criminais,
nem demonstravam ter experiência nesse tipo de crime.
Diferentemente dos três presos
anteontem, Peralta tem experiência na área. Ele fazia parte da quadrilha liderada por André de Souza Moutinho, 21, conhecido como
André Loucura, morto em um tiroteio com a polícia no começo de
abril deste ano.
A quadrilha, que tinha base em
Capão Redondo (zona sul de São
Paulo), é suspeita de cerca de 20
sequestros. O grupo fazia tortura
psicológica com as vítimas e chegava a mostrar várias armas para
que o refém escolhesse com qual
gostaria de ser morto.
Segundo policiais da DAS, essa
mesma quadrilha chegou a receber dois resgates pela mesma vítima. Recebeu a primeira vez e se
negou a entregar, como poderia
ter acontecido com o corretor de
imóveis Rubens da Silva Nunes.
A família dele pagou o resgate
na noite de anteontem, mas o corretor só foi liberado depois que a
namorada de Peralta, Rejane de
Oliveira, 19, foi presa e telefonou
para ele pedindo que o refém fosse liberado.
Peralta foi preso pela DAS em
novembro do ano passado, acusado do sequestro de uma estudante
universitária. O preso também foi
indiciado por mais um sequestro
e é suspeito de envolvimento em
outros casos.
Peralta está na Penitenciária do
Estado desde o dia 29 de abril, onde aguarda julgamento. Lima disse que a investigação já apontava
para a participação do preso no
sequestro, o que foi confirmado
por Rejane.
Ela ficou encarregada de pegar a
parte do dinheiro destinado a Peralta. Segundo o delegado, seriam
pagos pequenos custos com o cativeiro e o valor do resgate seria
dividido em quatro partes, uma
delas para o preso.
A DAS pretende ouvir Peralta
para saber qual foi sua participação no sequestro do corretor. A
polícia espera que o rastreamento
das ligações telefônicas possa ajudar no esclarecimento do envolvimento de Peralta, como foi o processo de negociação e o tempo
que o sequestro vinha sendo planejado, por exemplo.
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