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VIOLÊNCIA NO RIO
Para a governadora, R$ 11,9 mi "ainda é pouco'; convênio para a liberação dos recursos será assinado hoje
Insatisfeita, Benedita pede mais verba a FHC
FERNANDA DA ESCÓSSIA
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
A governadora do Rio, Benedita
da Silva (PT), não ficou satisfeita
com a liberação de R$ 11,9 milhões do governo federal para ajudar na segurança do Estado e requererá audiência com o presidente Fernando Henrique Cardoso para pedir mais dinheiro.
"Eu vou tentar buscar um pouco mais. O que estamos precisando vai muito além. Precisamos de
muito dinheiro para o Estado,
principalmente para segurança. O
que ganhamos ainda é pouco.
Vou pedir ao ministro [Miguel
Reale Júnior, da Justiça" e ao presidente", afirmou ontem a governadora.
De acordo com Benedita, só a
construção de casas de custódia
(abrigos para presos) deverá custar cerca de R$ 150 milhões.
O Estado do Rio tem direito, até
o fim deste ano, somente a mais
R$ 10,1 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública.
Do total de recursos já previstos,
R$ 5,5 milhões serão destinados à
implantação do projeto de polícia
comunitária, R$ 5,5 milhões serão
usados para intensificar o policiamento nas áreas consideradas críticas e R$ 900 mil para o treinamento dos policiais.
A governadora estima que,
mesmo para essas ações, o ideal
seria em torno de R$ 26 milhões.
Benedita e o ministro Reale Jr.
assinam hoje no Rio o convênio
para a liberação dos recursos e
discutem ações integradas entre o
governo e órgãos federais. Anteontem, o governo estadual pediu ajuda federal para combater a
violência no Estado.
O governo estadual tem se recusado a usar a palavra força-tarefa
desde que, na semana passada, a
proposta inicial do Ministério da
Justiça nesse sentido foi considerada tentativa de intervenção.
Nos ofícios em que pede o apoio
da União, enviados anteontem ao
presidente Fernando Henrique
Cardoso e aos ministros da Defesa, Geraldo Quintão, e da Justiça,
a governadora fala em "grave crise na área de segurança pública",
"escalada do crime e da violência"
e em "sérias dificuldades financeiras" do Estado.
Nos ofícios, a governadora pede
a participação das Forças Armadas em "esforços no combate ao
crime e à violência" no Estado do
Rio de Janeiro.
Benedita quer a presença da
Marinha na costa fluminense,
com o objetivo de identificar e vistoriar todos os navios comerciais
e embarcações que sejam consideradas suspeitas.
Solicitou também que o setor de
inteligência do Exército, em parceria com a Polícia Civil, participe
do rastreamento de armas ilegais
e que a Aeronáutica patrulhe o espaço aéreo do Estado, faça o mapeamento de aeroportos e pistas
clandestinos e destrua, com explosivos, essas áreas.
Sobre a possibilidade de o Exército participar do policiamento
do Estado, a governadora respondeu: "Estamos precisando de informações e reconhecemos que
eles têm informações que são importantes para o aprimoramento
da nossa técnica. E é isso que nós
estamos buscando".
Ela voltou a afirmar que as Forças Armadas têm funções determinadas constitucionalmente e
que as polícias Civil e Militar continuarão fazendo o serviço de segurança.
No ofício para o ministro Reale
Jr., o assunto principal é dinheiro:
a governadora pede a liberação de
recursos do Fundo Nacional de
Segurança Pública a serem usados no pagamento das horas extras que os policiais prestarão, entre outros projetos.
Ao presidente Fernando Henrique Cardoso, a governadora pede
a criação de um "grupo de trabalho formalmente institucionalizado" para atuar contra a lavagem
de dinheiro.
O Ministério da Defesa informou que as Forças Armadas poderão ajudar o Rio de Janeiro,
mas que ainda faltava um contato
do governo estadual.
Ainda de acordo com o ministério, o ministro Geraldo Quintão
disse que, por enquanto, não seria
possível listar o que as Forças Armadas poderão fazer pelo Estado.
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