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ADMINISTRAÇÃO
Após novo ato de servidores na Paulista, Helena Kerr disse que analisará se há possibilidade "de mais alguma coisa"
Prefeitura sinaliza nova proposta a servidor
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após dois protestos de servidores e ameaças de greve, a secretária Helena Kerr do Amaral (Gestão Pública) sinalizou ontem que
a administração poderá oferecer à
categoria reajuste maior do que o
já proposto nas negociações com
sindicatos do funcionalismo.
Anteontem, na última rodada
de negociação, a prefeitura propôs reajuste de 2% aos 168 mil servidores, que reivindicam 62,62%
de reposição salarial.
Eles, no entanto, aceitam negociar agora a reposição de 8,16% de
perdas com a inflação registrada
na gestão Marta Suplicy (PT).
"Na segunda-feira que vem, como em qualquer negociação que
está aberta, vamos ouvir as posições deles [dos servidores" e analisar se há alguma possibilidade
de mais alguma coisa [reajuste".
Por enquanto, estamos trabalhando no limite. E a gente pode
assinar um protocolo de recuperação gradual [de perdas com inflação na gestão Marta"", disse a
secretária à Folha.
Essa possibilidade de repor a
perda de inflação da gestão Marta
não foi mencionada pela prefeitura antes. "Eles ofereceram só os
2%. Antes, a proposta era zero de
reajuste", disse a presidente da
Federação das Associações Sindicais e Profissionais dos Servidores
da Prefeitura de São Paulo, Berenice Gazoni.
Apesar da sinalização de reajuste maior, nada garante que a negociação entre prefeitura e servidores sairá do impasse.
A questão envolve, por exemplo, divergência entre os dois lados sobre o aumento já dado pela
atual gestão aos servidores.
A prefeitura considera que, se
aceitarem o reajuste de 2%, apenas 36 mil dos 168 mil servidores
terão perdas em relação à inflação
registrada desde janeiro de 2001.
Para a administração, esses 36
mil servidores acumulariam um
aumento de 6,06% na atual gestão, o que significaria perda de
1,94% em relação à inflação de
8,16%. O problema é que, para os
servidores, esses 6,06% incluem
aumento de 3,26% pago em janeiro de 2001. A categoria alega, porém, que o índice se refere a aumento que deveria, por lei, ter sido pago na gestão Celso Pitta.
Para os servidores da educação
e os que ganham o piso, a prefeitura alega que os índices concedidos na atual gestão, somados aos
2% oferecidos anteontem, significam aumento acima da inflação.
Protesto
Ontem, em protesto na avenida
Paulista, os servidores recusaram
oficialmente a proposta de 2% de
reajuste e decidiram reivindicar o
envolvimento direto da prefeita
nas negociações dos servidores.
Participaram do ato cerca de 700
pessoas, de acordo com a PM, e
4.000, segundo os organizadores.
Para o funcionalismo, se a prefeita participa das negociações de
motoristas e cobradores, como
ocorreu anteontem, a categoria
também merece esse tipo de tratamento. Ontem, a prefeita disse
que não pretende atender a reivindicações dos servidores.
No protesto, que provocou o fechamento da avenida -na pista
sentido Paraíso- por cerca de
uma hora e meia e lentidão no
trânsito da região, os servidores
resolveram adiar votação sobre
uma eventual paralisação hoje e
amanhã.
Eles acertaram apenas que farão
um novo protesto na próxima segunda-feira, dessa vez em frente
ao Palácio das Indústrias, sede da
Prefeitura de São Paulo.
O ato foi marcado para começar
no mesmo horário da próxima
rodada de negociação, às 14h.
Ponto
Helena Kerr confirmou ontem
que a administração substituiu o
registro de ponto dos servidores.
Agora, a frequência dos funcionários será feita por assinatura em
formulário da prefeitura.
Segundo a secretária, o atual sistema, implantado em 1996, é obsoleto e não permite um controle eficaz das faltas dos servidores.
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