|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANÁLISE
É necessário intervir de forma mais intensiva em prevenção
LUIZ CARLOS MORRONE
ESPECIAL PARA A FOLHA
Estudos com professores
da rede estadual da Baixada
Santista e Botucatu, de 2000
a 2006, trouxeram importantes informações sobre a saúde de professores, relatadas
por equipe do Programa de
Saúde do Trabalhador, do
Hospital do Servidor Público.
Na região de Botucatu, verificou-se que a frequência de
licenças médicas na rede estadual é maior. Para cada
cem horas de aulas, os professores da rede privada tiravam em média 1,3 hora em licenças; da municipal 3,1; e
da estadual 7,3 horas.
É presumível que o nível
excessivamente centralizado
das decisões sobre as licenças, tomadas na capital do
Estado, seja uma das importantes causas da diferença.
Na Baixada Santista, de
um total de 735 servidores
examinados (mais de 80%
professores), 18,8% tinham
hipertensão, 4,3%, rinite
alérgica, 5,8%, disfonia, e
3%, depressão.
Também foram analisadas
105 licenças médicas, na
mesma região, de servidores
afastados por mais de 90
dias. Transtornos mentais e
comportamentais figuravam
entre 51 casos (51,4%), seguidos de doenças osteomusculares, com 13 casos (12,4%).
A análise de 1.272 professores mostrou que os fatores
para a ocorrência de doenças
vocais são: A) hábitos como
falar muito e gritar; B) fatores
como ruído e excesso de
poeira; C) cargas horárias
mais longas e trabalho com
alunos no nível médio.
É necessário intervir de
forma mais efetiva na prevenção. Para tanto, necessário se faz a criação de uma estrutura que, a exemplo dos
serviços especializados em
segurança e saúde no trabalho, obrigatórios nas empresas privadas, também sejam
estendidos para os servidores públicos estatutários.
LUIZ CARLOS MORRONE é professor da
Santa Casa de São Paulo
Texto Anterior: SP anuncia plano para saúde do docente Próximo Texto: Depoimento: "O processo de readaptação foi um período deprimente" Índice
|