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SP isola 1.600 detentos em espaço para 160
MARIA FERNANDA RIBEIRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Os cerca de 1.600 presos que
estão no anexo do presídio de
Araraquara (SP), considerado
modelo, estão isolados desde o
último final de semana, após a
direção ter soldado as portas de
acesso ao pavilhão onde ficam
as celas. Os detentos estão aglomerados em um espaço criado
para abrigar 160 pessoas.
O pavilhão foi o único dos
quatro que sobrou após rebelião liderada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), que
destruiu quase totalmente a
unidade. Com as portas soldadas, ninguém entra nem sai.
Aglomerados no pavilhão, os
presos recebem comida por
uma espécie de compartimento
no teto, que é aberto apenas para a passagem dos alimentos na
hora de almoço, segundo o diretor do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do
Estado, João Batista Pancioni.
"Se pegar fogo lá, todo mundo morre queimado porque está tudo lacrado, mas essa foi a
forma que o Estado encontrou
para manter os presos dentro
da unidade. O governo também
não sabe o que fazer com o sistema prisional", disse.
A Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que visitou
anteontem o local, diz que os
presos estão ao relento e sem
roupas. A assistência à saúde é
feita pelo médico Hosmany Ramos, detento do local.
Na rebelião durante a crise
no Estado gerada pelos ataques
do PCC, concentrados entre 12
e 20 de maio, o anexo foi amplamente destruído. Por isso, a Secretaria da Administração Penitenciária decidiu transferir
os 600 detentos para a penitenciária, que fica ao lado e que
também ficou superlotada.
O objetivo da transferência
era permitir a reforma do anexo, mas as obras não foram iniciadas e, no último fim de semana, a penitenciária também
foi completamente destruída
em outra rebelião.
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