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Legislação das sub-bacias pode alterar o texto
DA REPORTAGEM LOCAL
Polêmica, a alteração da Lei de
Mananciais mal nasceu e pode,
em breve, virar letra morta.
Toda a legislação da década de
70, incluindo o projeto do deputado estadual Ricardo Tripoli
(PSDB-SP), será substituída pelas
cinco leis específicas, em fase mais
ou menos avançada de elaboração nos subcomitês de bacias da
Grande São Paulo.
Uma das minutas de projeto de
lei, a da sub-bacia Cotia-Guarapiranga, já está pronta e em debate
no Consema (Conselho Estadual
do Meio Ambiente). Depois de
encerrada a fase de discussão, o
texto irá ao Executivo, que o enviará à Assembléia Legislativa.
A discussão já está adiantada
também no subcomitê Billings-Tamanduateí, que prevê mandar
uma minuta para o Consema até
o final deste ano.
A legislação local é uma determinação da lei estadual 9.866, de
97, e funciona como um plano diretor para cada sub-bacia, estabelecendo zonas de ocupação diferenciada, metas de qualidade da
água para os mananciais, mecanismos de controle e fiscalização e
um planejamento de gestão e recuperação das áreas degradadas,
dizem especialistas que vêm trabalhando na sua elaboração.
"E serão leis possíveis de colocar
em prática, ao contrário das dos
anos 70, porque nascem de consensos, não da imposição de um
órgão de governo", defende Gerôncio Albuquerque Rocha, assessor-executivo do Comitê de
Bacia do Alto Tietê, que reúne todos os subcomitês.
Foi essa diversidade de interesses uma das principais responsáveis pelo relativo atraso na elaboração das leis em cada sub-bacia,
diz Rocha. Segundo ele, havia inicialmente um entendimento de
que a lei local do Guarapiranga
tramitaria simultaneamente à alteração proposta por Tripoli, mas
isso não aconteceu. O descompasso, diz, se deu porque o projeto do deputado era mais simples e
pôde ser encaminhado mais rapidamente ao Legislativo.
A lei do Guarapiranga levou
dois anos para ser elaborada. As
demais são discutidas desde 98.
Comitês
Quando as leis locais forem promulgadas caberá aos subcomitês
-formados por representantes
dos governos municipal e estadual e da sociedade organizada-
a gestão das áreas de mananciais.
"A eles caberá, por exemplo, dar
incentivos para a preservação e
fiscalizar a ocupação. Mas, para
isso, é necessário aprovar a cobrança da água, de forma que os
subcomitês tenham recursos e
poder de ação, senão haverá desmobilização", avalia Ana Lucia
Ancona, coordenadora do projeto de mananciais da Secretaria da
Habitação de São Paulo e representante municipal no subcomitê
Cotia-Guarapiranga.
Para o coordenador da ONG Instituto Socioambiental, João Paulo Capobianco, a elaboração e aprovação das leis específicas das bacias é o "próximo passo" na luta pela preservação das áreas de manancial paulistas.
(MV)
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