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Fusão pode ser solução para crise
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das soluções encontradas
por algumas escolas para fugir da
crise foi a fusão. A última a ser
anunciada no setor foi a das escolas Oswald de Andrade e Caravelas, em Pinheiros, em São Paulo.
As escolas Novo Esquema e Novo Ângulo, em Moema, já haviam
tomado o mesmo caminho.
Segundo o consultor Eugênio
Machado Cordaro, da CNA Consultoria, essa tendência é inevitável. "As escolas demoraram demais para perceber que esse era o
caminho", diz Cordaro, que já intermediou três fusões de escolas e
está negociando outras seis.
Segundo ele, há uma resistência
natural das escolas de aceitarem a
junção com outras. "Os donos
acham que a escola deles é totalmente diferente. Há limites para
as fusões, mas, quando os ideais
são os mesmos e a clientela, parecida, ela é possível", diz Cordaro.
José Augusto de Mattos Lourenço, presidente do Sieesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo), discorda de Cordaro: "As fusões são
casos isolados. Eu não diria que
representam uma tendência."
Ele minimiza também o efeito
da crise. "A principal queda no
número de alunos aconteceu por
causa da mudança no ensino profissionalizante", diz.
Segundo ele, a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação, aprovada
em 1996, deixou menos atrativa a
oferta de cursos profissionalizantes. Pela lei, esse curso, que antes
poderia ser oferecido em conjunto com o ensino médio regular,
passou a ser oferecido separadamente, o que diminuiu a procura.
"O aluno prefere fazer um curso
de ensino médio regular e, depois,
ir para uma universidade", diz
Lourenço.
Estudo
Além de enfrentarem uma queda no número de matrículas no
ensino médio, as escolas particulares antecipam um outro problema a curto prazo: como a taxa de
natalidade em São Paulo vem
caindo nesta década, o número de
possíveis alunos no ensino fundamental é menor.
Segundo estudo da CNA feito
com base na última contagem populacional do IBGE, em apenas 16
dos 96 distritos da capital de São
Paulo há um número de alunos
com potencial crescente.
Há distritos, como Butantã e Alto de Pinheiros, onde a população
de 0 a 19 anos diminuiu mais de
50% de 1990 para 1996. "Com as
estatísticas de natalidade de alguns distritos é possível projetar
um quadro para os próximos
anos. Isso ajuda algumas escolas a
entender porque está havendo
uma perda no número de alunos", afirma João Paulo dos Santos Nogueira, diretor da CNA
Consultoria e autor do estudo.
"Às vezes, o problema não está
na escola, mas no envelhecimento
da população do distrito. Para minimizar o problema, a fusão de
escolas pode ser uma solução para que duas instituições se complementem sem perder seu foco",
afirma Nogueira.
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