São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 2005

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URBANISMO

Aterramento de fios, reparo em calçadas e instalação de câmeras custarão R$ 8 milhões e só beneficiarão 5 quarteirões

Reforma da Oscar Freire começa em outubro

DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nenhuma fiação aparente, calçadas mais espaçosas e sem buracos, bancos e latas de lixo padronizados, árvores para demarcar as vagas de estacionamento e câmeras. A Oscar Freire pode até não ficar igual à Quinta Avenida, mas em seis meses deverá estar à altura das lojas de luxo que abriga.
A revitalização de um trecho da rua, que abrange cinco quarteirões -entre as ruas Melo Alves e Padre João Manoel-, começa no dia 1º de outubro, com o aterramento dos fios da rede elétrica.
A obra custará cerca de R$ 8 milhões -R$ 5 milhões só para o trabalho da Eletropaulo. "Temos um patrocinador em negociação, a American Express, que arcará com 65% do custo. O restante será pago pelos lojistas e pela prefeitura na forma de serviços, como recapeamento asfáltico", diz a presidente da Associação dos Lojistas da Oscar Freire, Rosângela Lyra. "Queremos transformar nossa rua em um local decente. Onde o consumidor possa caminhar com tranqüilidade e se sentir bem."
Após a reforma, a Oscar Freire ficará com boa chance de subir no ranking das ruas mais luxuosas do mundo. Pesquisa da Excellence Mystery Shopping International coloca a via em 8º lugar. A campeã foi a rua Serrano, em Madri (Espanha), seguida por Quinta Avenida, Nova York (EUA), e Champs-Elysées, Paris (França).
A rua brasileira foi a única representante da América Latina e perdeu pontos justamente por ter fios elétricos aparentes, calçadas irregulares e ausência de policiamento. O acúmulo de lixo e a falta de locais de descanso também foram apontados. "Não estamos preocupados com o ranking, mas queremos melhorar o que nos incomoda", disse Rosângela.
Para ela, a conservação da calçada tem de melhorar imediatamente. "Precisamos de acessos a deficientes e regularidade. O difícil é que tem lojista de má vontade, não quer arrumar seu espaço."
O estacionamento de carros perto das esquinas será proibido e a calçada, ampliada. "No resto do quarteirão teremos árvores bem perto do meio-fio para demarcar a vaga. Assim, ninguém mais precisa ficar pintando faixa amarela no chão." Outra melhoria será a implantação de câmeras. "Todo o trecho será monitorado 24 horas e os fios também serão enterrados."
Para não atrapalhar o comércio, boa parte do trabalho será feito à noite e suspenso em dezembro. O trecho revitalizado tem 119 pontos comerciais, a maioria lojas. O projeto vem sendo feito há dois anos e, no fim de 2004, o protocolo de intenções foi aprovado pela então prefeita Marta Suplicy (PT). Segundo o texto, a obra deveria ter começado em janeiro, mas, na época, a associação ainda estava avaliando o gasto -que era calculado em R$ 6 milhões.
Para o atual prefeito, José Serra (PSDB), que firmou ontem o convênio, a obra atrairá mais turistas à região. "A revitalização é importante não só porque cria um espaço mais agradável de vida, mas por gerar empregos, receita, atraindo o turismo de compras de alto poder aquisitivo", afirmou. "Esperamos que essa mobilização dos lojistas seja um exemplo e se irradie para o resto da cidade."
Ontem, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo lançou o Conselho de Ruas Comerciais, que tem como objetivo integrar os comerciantes em prol de ações que levem à reurbanização de suas ruas. A primeira ação do conselho foi assinar um protocolo de intenções com a prefeitura para revitalizar a rua 12 de Outubro, na Lapa (zona oeste).


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