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URBANISMO
Aterramento de fios, reparo em calçadas e instalação de câmeras custarão R$ 8 milhões e só beneficiarão 5 quarteirões
Reforma da Oscar Freire começa em outubro
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Nenhuma fiação aparente, calçadas mais espaçosas e sem buracos, bancos e latas de lixo padronizados, árvores para demarcar as
vagas de estacionamento e câmeras. A Oscar Freire pode até não
ficar igual à Quinta Avenida, mas
em seis meses deverá estar à altura das lojas de luxo que abriga.
A revitalização de um trecho da
rua, que abrange cinco quarteirões -entre as ruas Melo Alves e
Padre João Manoel-, começa no
dia 1º de outubro, com o aterramento dos fios da rede elétrica.
A obra custará cerca de R$ 8 milhões -R$ 5 milhões só para o
trabalho da Eletropaulo. "Temos
um patrocinador em negociação,
a American Express, que arcará
com 65% do custo. O restante será
pago pelos lojistas e pela prefeitura na forma de serviços, como recapeamento asfáltico", diz a presidente da Associação dos Lojistas
da Oscar Freire, Rosângela Lyra.
"Queremos transformar nossa
rua em um local decente. Onde o
consumidor possa caminhar com
tranqüilidade e se sentir bem."
Após a reforma, a Oscar Freire
ficará com boa chance de subir no
ranking das ruas mais luxuosas
do mundo. Pesquisa da Excellence Mystery Shopping International coloca a via em 8º lugar. A
campeã foi a rua Serrano, em Madri (Espanha), seguida por Quinta
Avenida, Nova York (EUA), e
Champs-Elysées, Paris (França).
A rua brasileira foi a única representante da América Latina e
perdeu pontos justamente por ter
fios elétricos aparentes, calçadas
irregulares e ausência de policiamento. O acúmulo de lixo e a falta
de locais de descanso também foram apontados. "Não estamos
preocupados com o ranking, mas
queremos melhorar o que nos incomoda", disse Rosângela.
Para ela, a conservação da calçada tem de melhorar imediatamente. "Precisamos de acessos a
deficientes e regularidade. O difícil é que tem lojista de má vontade, não quer arrumar seu espaço."
O estacionamento de carros
perto das esquinas será proibido e
a calçada, ampliada. "No resto do
quarteirão teremos árvores bem
perto do meio-fio para demarcar
a vaga. Assim, ninguém mais precisa ficar pintando faixa amarela
no chão." Outra melhoria será a
implantação de câmeras. "Todo o
trecho será monitorado 24 horas e
os fios também serão enterrados."
Para não atrapalhar o comércio,
boa parte do trabalho será feito à
noite e suspenso em dezembro. O
trecho revitalizado tem 119 pontos comerciais, a maioria lojas. O
projeto vem sendo feito há dois
anos e, no fim de 2004, o protocolo de intenções foi aprovado pela
então prefeita Marta Suplicy (PT).
Segundo o texto, a obra deveria
ter começado em janeiro, mas, na
época, a associação ainda estava
avaliando o gasto -que era calculado em R$ 6 milhões.
Para o atual prefeito, José Serra
(PSDB), que firmou ontem o convênio, a obra atrairá mais turistas
à região. "A revitalização é importante não só porque cria um espaço mais agradável de vida, mas
por gerar empregos, receita,
atraindo o turismo de compras de
alto poder aquisitivo", afirmou.
"Esperamos que essa mobilização
dos lojistas seja um exemplo e se
irradie para o resto da cidade."
Ontem, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo lançou
o Conselho de Ruas Comerciais,
que tem como objetivo integrar
os comerciantes em prol de ações
que levem à reurbanização de
suas ruas. A primeira ação do
conselho foi assinar um protocolo
de intenções com a prefeitura para revitalizar a rua 12 de Outubro,
na Lapa (zona oeste).
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